A busca de soluções para as consequências do rompimento da barragem do Fundão, localizada em Mariana (MG), será tema de segunda audiência pública promovida pelo Observatório Nacional sobre Questões Ambientais, Econômicas e Sociais de Alta Complexidade, Grande Impacto e Repercussão, formado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O novo encontro acontecerá no dia 6 de outubro, das 9h às 18h, por meio de videoconferência, e dará prosseguimento aos esforços de repactuação de um acordo entre os envolvidos.
O evento terá a participação de pessoas atingidas, especialistas, representantes dos governos federal e dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, de municípios impactados e da Fundação Renova, atual responsável pelas atividades de reparação e compensação. O objetivo das audiências públicas é garantir maior celeridade às ações de reparação e compensação dos danos. Uma terceira audiência pública está prevista para acontecer até o final de 2021
Diálogo sobre repactuação
A primeira audiência foi realizada no dia 10 de setembro sob a presidência da conselheira Flávia Pessoa. Na ocasião, foram relatados diversos problemas ocasionados pela tragédia, que incluem questões relacionadas à saúde, qualidade da água e perda dos meios de subsistência para diversas categorias como pescadores, areeiros, garimpeiros, artesões, comerciantes, donos de pousadas, lavadeiras e agricultores.
A demora na reparação dos danos levou o CNJ a abrir espaço para o diálogo em torno da repactuação entre as partes envolvidas. Neste contexto, são aplicados critérios e indicadores técnicos objetivos, amparados por normas brasileiras, utilizados para estruturar e avaliar as ações de reparação ou compensação, priorizando soluções objetivas para controvérsias técnicas. “Para a concretização dessas medidas, precisamos promover a necessária interlocução com a sociedade e, por isso, estamos promovendo as audiências públicas”, explica a conselheira Flávia Pessoa.
Apontado como o maior desastre ambiental do Brasil, a tragédia aconteceu no dia 5 de novembro de 2015 e deixou 19 mortos. O rompimento da barragem despejou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, ocasionando a contaminação da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, que se estende por 663 quilômetros e abrange 222 municípios nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, onde se localiza a foz do rio.
Observatório
De caráter nacional e permanente, o Observatório Nacional sobre Questões Ambientais, Econômicas e Sociais de Alta Complexidade, Grande Impacto e Repercussão atua desde 2019 com a atribuição de promover integração institucional, elaborar estudos e propor medidas concretas de aperfeiçoamento do sistema nacional de Justiça, nas vias extrajudicial e judicial, para enfrentar situações de alta complexidade, grande impacto e elevada repercussão social, econômica e ambiental. Trata-se de um espaço para discutir soluções e estimular a celeridade nas respostas às vítimas, gerido conjuntamente pelo Poder Judiciário e pelo Ministério Público.
Jeferson Melo
Agência CNJ de Notícias
Assista às falas da manhã da audiência pública no canal do CNJ no YouTube
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