Evento na Bahia debate violência psicológica contra a mulher

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Arte: TJBA
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“Fui morar com meu namorado por necessidade. E ele me humilhava, dizia que eu não tinha onde cair morta, ameaçava me colocar pra fora de casa sem nenhum motivo. Todo o meu dinheiro era utilizado para comprar comida, e ele me proibia de ter amizades e de conversar até com vizinhos”. O relato é de R.E, uma mulher que se encontrava em situação de violência psicológica. De acordo com a Lei Maria da Penha (nº 11.340/2006), a violência psicológica é o modo de agir que cause dano emocional e diminuição da autoestima da mulher ou que lhe prejudique e perturbe o seu pleno desenvolvimento.

“Quando vivi essa situação, não tinha consciência de que se tratava de violência psicológica, porque pouco se falava sobre o assunto. Mas eu sentia que não era normal, pois aquilo me causava angústia, tristeza e sofrimento”, explica R.E. Ela relata que houve momentos em que pensou que fosse morrer, pois os xingamentos se transformaram em socos e tapas.

Com a intenção de explicar o que é a violência psicológica e mostrar às mulheres como quebrar esse ciclo, a Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) promove a live “#NãoAceite – Violência psicológica é crime, denuncie!”. O evento será na segunda-feira (8/3) e marca o Dia Internacional da Mulher e a abertura da Semana da Justiça pela Paz em Casa, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A transmissão será a partir das 9h, no canal do TJBA no YouTube. O presidente do Tribunal, desembargador Lourival Almeida Trindade, fará a abertura do evento, que terá como moderadora a desembargadora Nágila Brito, responsável pela Coordenadoria da Mulher. Ainda participarão da mesa do debate as juízas Jacqueline Campos e Andremara Santos e o juiz Mário Caymmi e as palestras serão com a jornalista Andressa Guerreiro e a trans-ativista Jovanna Baby.

Ao promover debates sobre violência doméstica, o TJBA tem a intenção de contribuir para disseminação de informações sobre o assunto e mostrar às mulheres que elas podem quebrar o ciclo e evitar o feminicídio. E a troca de conhecimento é essencial para mudar a realidade, como destaca R.E. “Um dia eu ouvi duas vizinhas conversando e uma disse para a outra: ‘as pessoas só fazem conosco aquilo que permitimos’. Isso mudou a minha vida, eu percebi que poderia trabalhar mais e juntar dinheiro. Quando ele me dizia todas aquelas coisas para me maltratar e humilhar, eu ouvia e não revidava por medo, mas eu pensava dentro de mim: ‘não sou nada disso, ele é quem não vale nada’.”

Mulher, peça ajuda, você não está sozinha!

  • Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180
  • Polícia Militar – Ligue 190
  • Defensoria Pública – Ligue 129

Semana Justiça Pela Paz em Casa

Promovida pelo Conselho Nacional de Justiça desde 2015 e adotada por todos os Tribunais, a iniciativa é realizada três vezes ao ano. Sua realização tem o objetivo de ampliar e realizar ações relacionadas ao combate à violência doméstica e familiar. As semanas ocorrem em março – marcando o dia das mulheres; em agosto – por ocasião do aniversário de sanção da Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006); e em novembro – quando a Organização das Nações Unidas estabeleceu o dia 25 como o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher.

O programa também promove ações interdisciplinares organizadas que objetivam dar visibilidade ao assunto e sensibilizar a sociedade para a realidade violenta que as mulheres brasileiras enfrentam.

Fonte: TJBA