Servidores do Amazonas concluem fase experimental de Teletrabalho

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Foto: TJAM
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O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) encerra nesta sexta-feira (15/12) a fase experimental do programa de Teletrabalho, iniciado em 18 de setembro deste ano e que conta com a participação de sete servidores efetivos da Corte Estadual.

Autorizados pela Portaria nº 2.028/2017, esses servidores passaram a exercer suas atividades de modo remoto, sob acompanhamento da Divisão de Gestão de Pessoas. “Já estamos começando a consolidar os indicadores desta fase experimental do programa e podemos adiantar que os resultados serão extremamente positivos, inclusive em relação aos índices de produtividade que deverão, no geral, ficar acima do que é exigido ao teletrabalhador”, disse o secretário-geral de Justiça do TJAM e coordenador do programa, Fernando Todeschini.

No final de outubro, a Divisão de Gestão de Pessoas realizou uma reunião presencial com os servidores que aderiram ao programa, a fim de obter informações acerca da experiência que estão vivenciando. Participaram também da reunião os respectivos gestores da unidade em que os teletrabalhadores estão lotados e a psicóloga do TJAM, Aline Gomes. Segundo a Divisão, de modo geral teletrabalhadores e gestores manifestaram satisfação com o desenvolvimento das ações e interesse em prosseguir executando suas atividades nessa modalidade.

Apesar do curto espaço de tempo no programa, os participantes consideraram estar alcançando alguns dos objetivos do teletrabalho elencados no artigo 4º da Resolução nº 004/2017, que regulamenta o teletrabalho na instituição: aumento da produtividade e da qualidade de trabalho dos servidores; aumento da qualidade de vida dos servidores; e possibilidade de trabalho aos servidores com dificuldade de deslocamento.

Quando terminar a fase experimental, será analisada a possibilidade da permanência ou não dos servidores que já se encontram em teletrabalho, oportunizando a outros funcionários que manifestem interesse em ingressar nessa modalidade. “Nossa expectativa é, no retorno do recesso, em janeiro, lançar o edital que possibilitará novas adesões ao Teletrabalho, já no formato de programa permanente do TJAM”, afirmou Todeschini.

Como requisito indispensável, será necessária a participação, tanto do teletrabalhador quanto do seu respectivo gestor, em Curso de Habilitação para o Teletrabalho a ser promovido pela Escola de Aperfeiçoamento do Servidor do Tribunal de Justiça (EASTJAM).

Experiências

Uma das exigências que devem ser cumpridas pelos servidores em teletrabalho é o de apresentar uma produtividade 20% superior à média dos servidores presenciais do setor em que está lotado. Mesmo distante do ambiente tradicional de trabalho, portanto, é preciso manter o foco, a organização e uma rotina mínima de trabalho que permita alcançar e manter esse resultado nos patamares fixados pela resolução que normatizou o novo modelo.

Cláudio Eloy da Silva Júnior, assistente judiciário lotado na 5ª Vara de Família da Capital, encarou o desafio e prestes a completar três meses na nova condição de teletrabalhador, faz uma avaliação positiva da experiência: “O teletrabalho tem sido maravilhoso. No início foi preciso um tempo de adaptação, tanto pessoal, quanto em relação aos sistemas e ao suporte dos outros setores. Hoje, tendo essa fase superada, o andamento dos trabalhos tem sido surpreendente. Por ser cadeirante e com algumas necessidades especiais, o teletrabalho trouxe para mim um resgate do ponto de vista profissional e do ser humano, me devolvendo autoestima e vontade de crescer”, afirmou Cláudio.

Para ele, que precisa cumprir uma agenda frequente de consultas médicas, a flexibilidade de horário é um dos pontos mais positivos. “Hoje posso me organizar para ir às consultas sem que isso venha conflitar com o horário de trabalho. Penso também que a tranquilidade do espaço que organizei para realizar minhas tarefas contribuiu muito com o aumento da produtividade, pois a concentração ajuda. Para o alcance dos resultados é preciso foco, organização, comunicação e muita força de vontade para lidar com as dificuldades, e não misturar a vida familiar com a vida profissional”, destacou Cláudio.

Tempo em família

Assistente judiciária lotada na 6ª Vara do Juizado Especial Cível da capital, Danielle Fonseca de Souza Pontes também fez um balanço positivo da decisão em aderir ao sistema de Teletrabalho. “Tem sido uma experiência gratificante para mim. A principal vantagem tem sido o ganho de tempo, pois não preciso me deslocar no trânsito até o local de trabalho. Tenho filhos na fase escolar e durante um tempo só almoçava com eles em época de férias. Hoje, tenho a flexibilidade de horário, posso fazer uma pausa para buscá-los na escola e almoçar junto com eles. Tenho tempo de qualidade com meus filhos e isso não tem preço”.

Danielle contou que optou por trabalhar em casa no mesmo horário em que os demais colegas que estão no programa, porque considera que isso facilita o diálogo com a equipe, para tirar dúvidas quanto ao andamento dos processos. “Utilizamos como ferramenta o Whatsapp e as videoconferências. Entendo que definir horário e atribuir as tarefas do nosso cotidiano é de suma importância para não atrapalhar a relação familiar e eu fico me policiando em não extrapolar o horário definido. Continuo me sentindo totalmente inserida no contexto da Vara na qual sou lotada, pois nos falamos todos os dias e a prática de almoçarmos juntos uma vez por mês foi mantida”, disse a assistente judiciária.

Danielle afirmou que tem sido fácil o trabalho com o novo modelo, pois procurou traçar como plano de trabalho atingir as metas diárias a fim de não acumular serviço. “Mantenho as filas sempre zeradas. Procurei não deixar influências externas, tais como problemas domésticos, isolamento social e excesso de trabalho trazerem reflexos negativos para o projeto do Teletrabalho. Não tive problemas com a internet, que era uma das minhas aflições; o SAJ sempre funcionou bem e ainda não precisei utilizar nenhum suporte técnico. Enfim, mesmo trabalhando em casa e precisando atingir 20% a mais da meta da Vara, ainda não encontrei pontos negativos para execução das minhas atividades”, afirmou a servidora.

Qualidade de vida

Tatiane Alves da Silva, assistente judiciária lotada na 3º Vara do Tribunal do Júri da capital, ressaltou que a experiência com o Teletrabalho tem representado, em primeiro lugar, qualidade de vida. “Os ganhos emocionais e físicos são notáveis, estou investindo mais na minha saúde com exercícios regulares e meditação; reduzi o estresse com deslocamento e estacionamento; trabalho de maneira mais concentrada agora, com menor número de interrupções. Estou conseguindo administrar harmoniosamente minhas relações familiares e profissionais no mesmo espaço e posso dar uma atenção de melhor qualidade aos meus filhos e aos meus pais”, destacou Tatiane. “O Teletrabalho está me proporcionando algo que eu já vinha buscando, mas não sabia como alcançar, que é um maior equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal e familiar”, acrescentou.

Mais vantagens

Josué Calheiros do Nascimento Filho, analista judiciário lotado na Secretaria da 3ª Câmara Cível, outro integrante da fase experimental do programa Teletrabalho, enfatizou estar bastante satisfeito com a experiência: “Participar desse projeto está sendo maravilhoso. Trabalhar por meta é bem mas eficiente e produtivo. As vantagens desse sistema são inúmeras como: comodidade, flexibilidade de horário, na locomoção, fim do estresse para buscar vaga no estacionamento e da obrigação do horário de entrada e saída. Trabalhando em casa consigo me concentrar melhor, trabalhar com maior eficiência e aumentar a minha produtividade”, disse o servidor.

Ele ressaltou, no entanto, que para trabalhar em sistema home office exige muita disciplina, organização. “É importante fazer o contato diário com a gestora e a equipe de trabalho presencial, fazer um levantamento constante da produtividade para se ter controle e até mesmo gradativamente ir superando as metas. O servidor deve gostar de um parcial isolamento (como dito faço contato diário com a equipe por meio de aplicativo e e-mail), visto que existem pessoas que acham essencial na vida profissional o contato cotidiano com os colegas, ou seja, com pessoas para se sentirem bem. Concluindo, digo que o Teletrabalho é um avanço, porque traz vantagem tanto para a Administração, quanto para o servidor. Continuarei me dedicando para que tudo dê certo”.