Presos baianos expõem quadros produzidos como meio de redução de pena

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Para cada três dias trabalhado, o interno reduz um dia na pena de reclusão. O cálculo dá ideia da importância do Projeto Libertarte, desenvolvido com a orientação do arquiteto por formação e artista plástico Eliezer Nobre. A exposição Libertarte foi inaugurada na segunda-feira (7/11), na Praça de Serviços do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA).

Por meio da defensora pública Fabíola Pacheco, o TJBA abriu as portas para que o artista expusesse obras produzidas com a técnica mosaico pelos internos. A exposição segue até a próxima sexta-feira. “Cada obra tem um significado, mas o objetivo no final de tudo é construir um grande mosaico, que somos nós”, ressaltou o artista. O projeto é realizado mediante a prestação de serviços voluntários do artista Eliezer Nobre para a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) e a Penitenciária Lemos Brito.

Eliezer é formado em arquitetura pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), mas descobriu a paixão na arte, mesmo não cursando artes plásticas. “Uma das maiores questões do cárcere é o ócio, que gera uma alta carga de estresse. Então, no momento que você leva a arte, principalmente as artes dos mosaicos, que requer paciência, atenção e cuidado, está diminuindo esse estresse”, afirmou o arquiteto.

O grupo de alunos da penitenciária é formado por 10 internos. O projeto dos quadros em mosaico é assinado por Eliezer, mas a montagem e construção da obra é com os detentos. Os internos que se inscrevem para o Libertarte recebem um salário mínimo, que ajudam no sustento da família. A ideia é fazer o interno sentir-se útil, mesmo estando preso, além do aprendizado.

Estiveram presente também o juiz Antônio Faiçal Júnior, coordenador do Grupo de Monitoramento, Acompanhamento, Aperfeiçoamento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF) e do Núcleo de Prisão em Flagrante e a coordenadora de ação social Vanessa Travessa.

Fonte: TJBA