Pintando Educação com Liberdade

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O governador Reinaldo Azambuja defendeu um sistema educacional compartilhado com as famílias para que o ensino público tenha uma melhor qualidade. “O desafio da Educação é de todos nós”, afirmou, nesta segunda-feira (23), durante a inauguração da reforma da Escola Estadual Padre Mário Blandino, no bairro Aero Rancho. A obra foi realizada por meio do projeto “Pintando Educação com Liberdade”, do Poder Judiciário, que utiliza mão de obra de presos do regime semiaberto.

Para o chefe do Executivo Estadual, a Educação deve ser um elo de cumplicidade. Ele acredita que o avanço só será observado no segmento se as famílias de alunos participarem ativamente do aprendizado escolar. “Nosso desafio é melhorar a qualidade da Educação e entregar escolas melhores, com pedagógico e aprendizado melhores para que alunos possam chegar ao Ensino Superior e se formarem na faculdade”, disse.

Reforma – A ação foi desenvolvida através do projeto “Pintando a Educação com Liberdade”, realizado por meio de parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), e o Conselho da Comunidade e Secretaria de Estado de Educação (SED).

O custo da reforma foi de cerca de R$ 120 mil, dos quais R$ 91 mil foram com recursos descontados de salários que são pagos a todos os internos de Campo Grande, ou seja, custeados pelos próprios internos. Ao todo, 14 internos trabalharam na obra que durou dois meses, de 10 de dezembro de 2014 a 12 de fevereiro deste ano.

De acordo com o diretor do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, Tarley Cândido Barbosa, a reforma compreendeu a parte hidráulica e elétrica, colocação de forro, reforma do bebedouro, pintura das paredes internas e externas, troca de portas, janelas, muros e grades, piso instalação de luminárias, troca de interruptores, instalação de calhas, serviço de jardinagem, reforma da calçada na frente da escola e troca de vidros quebrados. Até a horta da escola foi ampliada; as mudas serão provenientes da plantação do Centro Penal da Gameleira, onde o trabalho de horticultura também é desenvolvido junto aos custodiados.

Para o presidente do TJMS, desembargador João Maria Lós, a reforma da escola mostra um trabalho de pequenas parcerias com resultados grandiosos. “Não é apenas uma obra, é um trabalho de ressocialização de quem algum dia cometeu um erro e agora tem oportunidade de vislumbrar um novo horizonte”, disse. A diretora do colégio, Marilene Ribas, completou: “é humildade, dedicação e respeito que contribuíram para a entrega dessa obra”.

Mão de obra – Segundo o diretor-presidente da Agepen, tenente-coronel Pedro César Figueiredo de Lima, atualmente cerca de 40% da população carcerária de Mato Grosso do Sul está trabalhando. Apenas nos regimes semiaberto e aberto esse índice é de quase 90%. São 195 parcerias de trabalho da Agepen com empresas.

Para o reeducando Daniel Matias, 40 anos, que trabalhou como pedreiro na obra de reforma, a oportunidade representa uma forma de mudar a visão de preconceito que a sociedade tem com o interno do sistema prisional. Segundo ele, que está cumprindo regime semiaberto desde meados de 2012, o trabalho também estimula a disciplina. “É uma grande satisfação ver essa escola transformada. É um fruto que quem sabe até mesmo eu posso colher, já que meus filhos poderão ser alunos aqui”, disse.

Mãe de dois alunos, Lucilene da Silva Sidrins, 36, lembrou que o prédio estava deteriorado antes do trabalho de recuperação. “Para se ter uma ideia, chovia aqui dentro. Agora com a reforma, meus filhos e os outros alunos terão mais conforto”, contou. Aluna do 9º ano, Emili Raiane Carvalho, 14, contou que ter a escola reformada é um estímulo maior para os alunos se dedicarem aos estudos. “Mudou tudo, a escola está muito melhor, os banheiros estão ótimos e as salas de aula também. Agora tenho orgulho de dizer que estudo aqui”, falou.

A Escola Estadual Padre Mário Blandino é o terceiro colégio da Capital a ser beneficiado com o projeto Poder Judiciário “Pintando Educação com Liberdade”. As outras escolas estaduais reformadas pela iniciativa são Delmira Ramos, no Bairro Copavilla II, e Brasilina Ferraz Mantero, no Jardim Leblon. O Estado estima uma economia de cerca de R$ 1 milhão com a parceria.

Por isso o projeto Pintando Educação com Liberdade merece o Nosso Aplauso!