Sob a proteção do amor, 86 casais de Boca do Acre/AM e Xapuri/AC oficializaram suas uniões em mais uma ação possibilitada pela 3.ª edição do programa Justiça Itinerante Cooperativa na Amazônia Legal, realizada nas duas cidades entre os dias 23 e 27 de junho. O casamento coletivo foi promovido por meio de uma parceria entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os cartórios e as prefeituras das duas cidades, que ofereceram um coquetel aos noivos e às suas famílias.
Em sua fala, a conselheira do CNJ Daiane Lira lembrou da importância do reconhecimento legal proporcionado pelo casamento. “Todos aqui já vivem em união, em família. Mas o casamento permite, pelo direito do afeto e da Justiça, que essas famílias sejam legalmente reconhecidas com dignidade”, afirmou.

A primeira cerimônia, inédita, foi realizada na noite de segunda-feira (23/6), reuniu vinte e um casais de Boca do Acre que há tempos esperavam uma oportunidade para ter o reconhecimento legal de algo que já era vivenciado por eles. Juntos há 12 anos, Vânia Bessa e Elson Nascimento, mãe e pai de duas filhas, viram na ação uma oportunidade para concretizar um antigo sonho. “Para nós, é indescritível casar, um sonho que nunca cabia no nosso orçamento. Se não fosse isso, iríamos continuar adiando”, disse Vânia.
O casamento civil foi celebrado pela juíza titular de Boca do Acre Janeiline de Sá Carneiro, que uniu casais com perfis variados, que se conheceram em seringais, festas, igrejas e em círculos de amigos. O casal com mais tempo de união está junto há 43 anos e tem 5 filhos. Situação oposta vivida por Raimunda Souza, 46 anos, e João Ladislau Souza, 59 anos, que se conheceram há três meses. “Estamos certo do que queremos e não sabemos quando teremos uma chance como essa. Ele veio de Rio Branco só para nos casarmos. O melhor é sempre o amor”, afirmou a noiva.

Na cidade de Xapuri, o casamento foi realizado pelo juiz Luís Pinto, titular da comarca do município, com a participação do conselheiro do CNJ Alexandre Teixeira, do corregedor-geral da Justiça do Acre, Nonato Maia, do coordenador do Projeto Cidadão do TJAC, Samoel Evangelista, e do juiz auxiliar da Presidência do CNJ Jônatas Andrade, entre outros.
Ao cumprimentar os casais, o conselheiro Alexandre Teixeira destacou que é fundamental para o Conselho Nacional de Justiça estar onde há cidadania. “Não existe lugar mais propício para a cidadania chegar do que em uma família. E aqui vemos pessoas que publicamente e coletivamente são famílias, demonstrando para sociedade a importância do amor. A forma mais bonita de demonstrar dignidade é por meio do amor”, disse.
Entre as uniões celebradas em Xapuri, está a de Eulanda Maria Moreira e Uirla Lima dos Santos, juntas há seis anos. O casamento foi uma vitória diante dos julgamentos a que foram submetidas. “Ainda tem muito preconceito. Casar é mostrar para o mundo que nos amamos”, enfatizou Eulanda.
Leia mais sobre o programa Justiça Itinerante Cooperativa da Amazônia Legal.
Texto: Ana Moura
Edição: Sarah Barros
Revisão: Caroline Zanetti
Agência CNJ de Notícias, com informações do TJAC