O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reuniu representantes de 24 tribunais do Nordeste em São Luís (MA) para a primeira edição regional da Caravana Conecta e RenovaJud. O evento foi promovido pelo Programa Justiça 4.0, parceria entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que busca a transformação digital do Judiciário brasileiro.
Para identificar soluções com potencial de replicação nacional, o encontro teve como foco o compartilhamento de boas práticas e experiências inovadoras, além da escuta ativa de demandas regionais.
Em sua fala de abertura, a conselheira do CNJ Daniela Madeira destacou a importância estratégica do evento. “O mais importante é ouvir e buscar nacionalizar essas boas práticas. Isso facilita a integração com a Plataforma Digital do Poder Judiciário (PDPJ-Br) e auxilia na conexão entre os tribunais”, declarou a conselheira.
Inovação no Judiciário
Ao todo, foram 22 apresentações divididas em três áreas: ferramentas de Inteligência Artificial, iniciativas tecnológicas e inovações não tecnológicas.
Os projetos abordam desafios relevantes do sistema de justiça, como auditoria fiscal, combate ao trabalho análogo à escravidão e identificação de precedentes jurídicos, com soluções voltadas tanto ao público do Judiciário quanto ao público externo.
Essas iniciativas estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, especialmente ao ODS 9 (inovação e infraestrutura), ODS 10 (redução das desigualdades) e ODS 16 (paz, justiça e instituições eficazes).
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA), que sediou o evento, desembargador Paulo Velten, destacou a importância de um espaço de cooperação e avanço institucional. “É uma oportunidade de troca de experiências. O Judiciário tem que seguir avançando, acompanhando esse novo momento de transformação”, afirmou.
Laboratórios de inovação
As iniciativas apresentadas foram desenvolvidas dentro de laboratórios de inovação dos tribunais, espaços dedicados à experimentação e ao desenvolvimento de práticas inovadoras no âmbito do Poder Judiciário, estimulando a criatividade, a gestão sustentável e a modernização das práticas judiciais.
Para a conselheira Daniela Madeira, o processo de inovar também é coletivo. “Uma solução desenvolvida por um tribunal pode atender às necessidades de outros. É esse espírito de colaboração que fortalece o nosso sistema de justiça”, concluiu.
Além de tornarem a Justiça mais acessível, transparente e eficiente, os laboratórios promovem um modelo de gestão sustentável, centrado na inovação colaborativa e na transformação cultural das instituições.
Fest Labs
A capital maranhense também sedia, nesta semana, a primeira edição regional do Fest Labs, evento anual que reúne laboratórios de inovação do Poder Judiciário para debater e compartilhar soluções tecnológicas.
Com uma programação ampla e transmissões ao vivo, o evento reforça o papel central da inovação colaborativa como ferramenta de transformação institucional e busca o debate em torno de soluções criativas e sustentáveis.
A escolha da região Nordeste para abrir a nova etapa da Caravana e do Fest Labs reconhece o protagonismo dos tribunais locais na adoção de tecnologias e na disseminação de boas práticas.
As próximas edições da Caravana Conecta e RenovaJud, seguidas de Fest Labs regional, estão previstas para:
- Sul: 8 e 9 de maio – Foz do Iguaçu (PR)
- Centro-Oeste: 12 e 13 de junho – Cuiabá (MT)
- Sudeste: 21 e 22 de agosto – Belo Horizonte (MG)
Belém (PA) sediará, em setembro, a 5.ª edição nacional do Fest Labs.
Programa Justiça 4.0
Iniciado em 2020, o Programa Justiça 4.0 é fruto de um acordo de cooperação firmado entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), com apoio do Conselho da Justiça Federal (CJF), do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Tribunal Superior do Trabalho (TST), do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Seu objetivo é desenvolver e aprimorar soluções tecnológicas para tornar os serviços oferecidos pela Justiça brasileira mais eficientes, eficazes e acessíveis à população, além de otimizar a gestão processual para magistrados, servidores, advogados e outros atores do sistema de justiça.
Texto: Bárbara Cruz A Lima
Edição: Ana Terra e Vanessa Beltrame
Revisão: Caroline Zanetti
Agência CNJ de Notícias