Ação inédita na Bahia inclui adolescentes no projeto Mentes Literárias

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Supervisor do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF) do CNJ, conselheiro José Edivaldo Rocha Rotondano - Foto: Ascom TJBA
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Voltado aos reeducandos do sistema carcerário, ação inédita do projeto Mentes Literárias chegou ao sistema socioeducativo. Realizado pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), o evento aconteceu na Comunidade de Atendimento Socioeducativo (Case), gerida pela Fundação da Criança e do Adolescente (Fundac), em Salvador. A instituição recebe menores que cometeram atos infracionais e cumprem a medida socioeducativa enquanto aguardam decisão judicial em internação provisória.  

Ao destacar a sétima edição do projeto, realizada na segunda-feira (7/6), que abraçado pelo CNJ está sendo expandido pelo país, o supervisor do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF) do CNJ, conselheiro José Edivaldo Rocha Rotondano, salientou que a finalidade é a ressocialização. “Buscamos melhorias para as pessoas privadas de liberdade, que precisam de um olhar diferenciado. E levar o projeto para o socioeducativo demonstra a importância de também levarmos oportunidades de educação, de ressocialização e transformação para os adolescentes”, esclareceu o conselheiro. 

Sobre o ineditismo da ação no sistema socioeducativo, a integrante do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça da Bahia, juíza Rosemunda Barreto Valente, reforçou que “quanto mais cedo a proposta de ressocialização é apresentada, mais efetiva é a impossibilidade de reincidência”. A magistrada confia que “trazendo a leitura e a escrita para vida deles, tenham oportunidade de encontrar novos rumos na vida”. 

A realização do projeto no Case contou com a animação dos adolescentes que cantaram músicas baianas para abrir trabalhos. Eles produziram a obra “MCs e a Poesia Falada: que cidade eu quero pra mim?”.  O conselheiro Guilherme Feliciano também participou do evento, e o desembargador do TJBA Nilson Soares Castelo Branco representou a presidente do tribunal, desembargadora Cynthia Resende. 

Remição de pena 

Supervisor do DMF do CNJ, conselheiro José Edivaldo Rocha Rotondano 

No mesmo dia, os resultados da iniciativa foram apresentados pelos detentos do Conjunto Penal Masculino de Salvador. O supervisor do DMF lembrou que os detentos têm direito a quatro dias de pena diminuída por ano a cada livro lido, podendo ler até 12 obras por ano. “Sem dúvida, a educação transforma, e contribuímos com um projeto abrangente que não se restringe apenas à leitura, mas oferece tetro, capoeira, música”, enumera. 

Nesta edição do projeto, os internos do Conjunto Penal Masculino lançaram o livro Pega a Visão. A obra é resultado de oficina literária conduzida pelo editor Alex Giostri. A apresentação do trabalho contou com a presença de familiares dos internos e houve debate sobre o que significou a participação na iniciativa.  

Mentes Literárias 

O ”Mentes Literárias: da magia dos livros à arte da escrita” faz parte da estratégia nacional para universalizar o acesso ao livro e à leitura em estabelecimentos prisionais. O projeto visa ampliar o acesso aos livros, à escrita e à cultura para pessoas privadas de liberdade e egressas do sistema prisional, utilizando a leitura como ferramenta de educação e reintegração social e como instrumento de remição de pena.  A iniciativa conta com apoio do programa Fazendo Justiça, coordenado pelo CNJ em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e com o apoio da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). 

Texto: Margareth Lourenço, com informações do TJBA
Edição: Thaís Cieglinski
Revisão: Caroline Zanetti
Agência CNJ de Notícias 

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