À frente do CNJ, ministro Barroso buscará eficiência da Justiça e promoção dos direitos humanos

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Ministro Luís Roberto Barroso na 15 Sessão Ordinária de 2023 do CNJ - Foto: Luiz Silveira/Ag.CNJ
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O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, apresentou, na abertura da 15ª Sessão Ordinária de 2023 do órgão, na manhã desta terça-feira (17/10), as prioridades de sua gestão. São elas: a melhoria da eficiência da Justiça, a promoção dos direitos humanos e a colaboração para o aprimoramento do Poder Judiciário. “Ninguém é bom demais, ninguém é bom sozinho, somos uma equipe e vamos jogar juntos com um objetivo comum: realizar a melhor justiça possível no Brasil”, frisou o novo presidente.

Barroso garantiu empenho para a solução daqueles que seriam, conforme estudos que fez, os dois grandes gargalos que teriam como consequência o tempo de duração dos processos acima do razoável: as execuções fiscais e os processos em andamento nos juizados especiais federais, especialmente por conta da busca pela concessão de benefícios previdenciários. “Vamos colocar especial energia para destravar as execuções fiscais e vamos nos aproximar do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), sobretudo porque esses benefícios são, muitas vezes, a única fonte de renda de populações humildes, que merecem ser acolhidas.”

O presidente do CNJ também fez menção à criação de um exame nacional de magistratura, que seguirá diretrizes do Conselho e funcionará como requisito prévio de habilitação. “Os tribunais continuarão com autonomia para realizarem os seus concursos, mas a inscrição nesses certames dependerá da aprovação nesse exame nacional.” Ainda em relação aos recursos humanos, Barroso falou sobre o plano da oferta de bolsas de estudo, com a duração de dois anos, a fim de apoiar a preparação de pessoas pretas, negras ou pardas para participarem dos concursos públicos de ingresso na magistratura.

Investimentos em tecnologia

Luís Roberto Barroso anunciou a disponibilidade de investimento de R$ 28 milhões para o aperfeiçoamento da tecnologia da informação. O montante tem origem em uma cessão orçamentária do Tribunal Superior do Trabalho (TST) ao CNJ. “Vamos investir toda a energia possível para ajudar na agilização da Justiça”, disse. O presidente do Conselho revelou que, em reunião com representantes da Amazon, da Microsoft e do Google, as big techs, apresentou três encomendas, para atendimento pro bono: um programa para o resumo de processos; uma ferramenta semelhante ao Chat CPT, para uso estritamente jurídico; e uma interface única que permita o funcionamento em harmonia dos sistemas judiciais eletrônicos de todos os tribunais.

“Vamos fazer o possível para colaborar com os tribunais. A nossa ideia é de parceria, quero que a magistratura me tenha como um parceiro que está aqui para ajudar cada um de nós a servir, da melhor maneira possível, ao país”, destacou Barroso. “Somos servidores públicos, portanto a minha obsessão é melhorar a qualidade do serviço que prestamos à sociedade brasileira.”

Boas-vindas

O ministro Barroso, logo na abertura da sessão, fez ainda uma homenagem à sua antecessora, a ministra Rosa Weber, que se aposentou no mês passado. “É maravilhoso quando alguém sai deixando a vida de quem entra melhor.” Entre os feitos destacados, estão a alta produtividade da gestão anterior em julgamentos colegiados e a aprovação da resolução que estimula a paridade de gênero nos quadros da magistratura.

O representante da Procuradoria-Geral da República, subprocurador-geral José Adonis Callou de Araújo Sá, também faz sua primeira sessão no CNJ nesta terça-feira. Ele, que já atuou como conselheiro do CNJ, entre 2007 e 2011, e o representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no CNJ, Mansour Elias Karmouche, também deram boas-vindas ao ministro, além da representante da Associação dos Servidores do CNJ (Asconj), Meg Gomes.

Reveja a sessão no canal do CNJ no YouTube

Texto: Luís Cláudio Cicci
Edição: Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias

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