A Justiça Federal deu mais um importante passo rumo à modernização e à integração institucional. Na terça-feira (8/7), foi lançado oficialmente o Sistema Nacional de Escolas da Justiça Federal (Sinemaf), plataforma que reúne, em um único ambiente digital, os cursos e os eventos promovidos pelo Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal (CEJ/CJF) e pelas seis Escolas da Magistratura Federal. Os cursos fornecidos pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) também poderão integrar a plataforma.
O projeto é resultado de uma parceria do CEJ e da Escola da 1.ª Região e foi aprovado, por unanimidade, na última reunião do Conselho das Escolas da Magistratura Federal (Cemaf), ocorrida em 16 de junho, na sede do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4). Desenvolvido em tempo recorde, o Sinemaf objetiva centralizar a oferta de cursos de formação, evitar sobreposição de atividades, promover o intercâmbio entre as escolas e garantir o uso estratégico dos recursos públicos. A nova ferramenta está disponível para que cada unidade da Justiça Federal cadastre, organize e compartilhe suas capacitações, com acesso facilitado a magistrados, magistradas e servidores e servidoras.
“Estamos criando um ambiente mais eficiente, transparente e inclusivo para a Justiça Federal. Pela primeira vez, teremos uma agenda nacional de capacitação construída de forma colaborativa”, afirma a juíza federal Vânila Cardoso André de Moraes, auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça Federal (CG).
A plataforma se alinha à política de inovação, sustentabilidade, transparência, inclusão e boas práticas. A partir dela, será possível mapear a efetividade das ações de capacitação com base em dados estruturados. “É uma solução moderna e colaborativa, construída por muitas mãos”, avalia a juíza federal.
Participação colaborativa
A proposta de um sistema unificado foi fortalecida por meio do Cemaf, órgão que integra a estrutura do CEJ e que identificou a necessidade de promover cooperação estruturada, planejamento estratégico e eficiência na formação judicial.
O juiz federal Hugo Frazão, coordenador da Escola da Magistratura Federal do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1) e colaborador do projeto, destaca a inovação e a facilidade proporcionada pelo sistema. “Antes, as escolas dos TRFs e o CEJ elaboravam atividades extremamente relevantes, mas não organizadas em um único lugar. Muitas vezes, magistradas(os) de outras regiões sequer tomavam conhecimento dessas oportunidades”, explica.
Segundo o magistrado, o Sinemaf promove o aproveitamento otimizado de recursos humanos e financeiros. “O sistema busca tratar as Escolas de Magistratura de acordo com suas particularidades, mas dentro de uma lógica cooperativa, fundada na economicidade e no melhor aproveitamento das atividades formativas. Afinal, temos uma só Justiça Federal e isso deve ser pensado também do ponto de vista educacional”, enfatiza.
Tecnologia e acessibilidade
O Sinemaf foi desenvolvido pela equipe da Secretaria de Tecnologia da Informação do CJF (STI/CJF), com apoio da Assessoria de Comunicação Social (Ascom/CJF) e das unidades parceiras envolvidas. A construção foi feita com reuniões técnicas semanais, levantamento colaborativo de requisitos e foco na segurança da informação.
“O sistema segue a arquitetura padrão do CJF, com as melhores práticas de segurança e regras claras de gestão. As escolas poderão cadastrar cursos, definir datas, formatos e compartilhar formações com outras regiões”, explica o subsecretário de Engenharia de Software da STI, Caio Vinicius Sant’anna de Carvalho.
Além da segurança e da estrutura funcional, a interface do site que hospeda o sistema foi pensada para melhorar a experiência do usuário. Segundo o web designer da Assessoria de Comunicação do CJF, Alex Riglhin Leandro Simão, o site foi pensado para que as informações sejam facilmente encontradas. “Durante o desenvolvimento do leiaute do sistema, investimos em responsividade para garantir o acesso pleno em celulares, tablets e até smartwatches, atendendo às necessidades de usabilidade e acessibilidade do usuário”, afirmou.
A plataforma permite visualizar cursos com inscrições abertas, em andamento e encerradas, com visão integrada e atualizada das ações formativas da Justiça Federal. Cada unidade visualiza suas próprias formações e pode consultar os eventos das demais, evitando repetições desnecessárias e promovendo sinergia. Um administrador central acompanha as movimentações e apoia a gestão nacional da formação.
A versão atualmente disponível do sistema é funcional e operativa, com acesso exclusivo às escolas da magistratura, que já estão realizando os primeiros cadastros de cursos. As próximas versões da ferramenta deverão incorporar novas funcionalidades, com base nas demandas dos usuários e no aprimoramento contínuo do sistema.