Rosa Weber recebe homenagem da Justiça do Trabalho por legado como magistrada

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Presidente do CNJ e do STF, ministra Rosa Weber é homenageada durante 14ª Sessão Ordinária de 2023 do CNJ. Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ.
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A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Rosa Weber, foi homenageada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e Escola Nacional de Formação de Magistrados do Trabalho (Enamat) na abertura da 14ª Sessão Ordinária de 2023 do CNJ, na manhã desta terça-feira (19/9). Os Ministros Lélio Bentes Corrêa, Maurício Godinho Delgado e Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, resgataram, nas suas falas, os valores e a história que a magistrada de carreira, oriunda da Justiça do Trabalho, deixa como legado da sua atuação nas cortes superiores do país, como TST, TSE e STF.

A homenagem foi feita durante o lançamento do livro Trabalho e Restrição de Liberdade: Fronteiras Entre a Restauração da Dignidade e a Exploração da Indignidade, obra coletiva que contou com a participação e a coordenação de três conselheiros do CNJ: Vieira de Mello Filho, Mauro Martins e Richard Pae Kim. A publicação é uma iniciativa da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, órgão instituído em 2006 pelo Tribunal Superior do Trabalho.

Ministra Rosa Weber recebe livro Trabalho e Restrição de Liberdade: Fronteiras Entre a Restauração da Dignidade e a Exploração da Indignidade. Foto: Luiz Silveira/Ag. CNJ.

Rosa Weber, laureada pela Faculdade de Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1971, ao agradecer a homenagem, emocionada, disse que se decidiu pela atuação na área trabalhista no quarto ano de faculdade, recordando seu professor de Direito do Trabalho, o “insigne professor e magistrado do trabalho João Antônio Guilhembernard Pereira Leite”. A presidente do STF construiu sua carreira na magistratura a partir de 1976, como juíza do trabalho substituta no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), tendo sido corregedora e presidente desse tribunal. Posteriormente integrou o TST e desde dezembro de 2011 integra a mais alta corte do País, o STF.

Nos discursos, o histórico dessa atuação recebeu elogios pela discrição, serenidade e firmeza na defesa de valores democráticos e humanistas. O presidente do TST e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), ministro Lelio Bentes Corrêa, iniciou as falas, citando a postura da ministra após os atentados contra os prédios dos Três Poderes da República no último 8 de janeiro. “Uma condução firme e serena do Poder Judiciário em face dos inomináveis ataques à democracia brasileira”, tendo também destacado o empenho da homenageada nas questões sociais e ambientais, além da igualdade racial e de gênero.

Humanismo

“Pessoas exemplares têm que ser lembradas”, discursou o ministro do TST e diretor da Enamat, Maurício Godinho Delgado, ao registrar a admiração de magistradas e magistrados brasileiros, intelectuais e juristas pelo trabalho e pela dedicação obstinada da terceira mulher e primeira magistrada de carreira a exercer o cargo de presidente do STF. “A ministra encontra, na defesa dos direitos fundamentais, da democracia e da cidadania, o eixo axiológico de sua irretocável conduta ética e profissional.”

O conselheiro do CNJ, ministro do TST, Vieira de Mello Filho, recordou o empenho de Rosa Weber em nome da igualdade racial e das questões humanistas. “Fui testemunha da sua dedicação”, citando visitas da presidente do STF e do CNJ a aldeias indígenas, comunidades quilombolas e presídios, quando a magistrada buscou o contato direto com detentos e detentas. “Era a busca de uma visão real, com os pés e a cabeça no lugar onde as pessoas estavam custodiadas.”

No encerramento da homenagem, Rosa Weber manifestou emoção e gratidão. “A gente continua sempre morando na casa onde nasceu e eu nasci na Justiça do Trabalho e vou trazê-la sempre comigo”, disse a ministra ao citar um conterrâneo, o poeta Mário Quintana, e ao creditar os elogios a uma relação afetuosa que mantém com os integrantes do TST. “A amizade, seguramente, quando é tão cara, tão profunda, gera suspeição, e o que foi dito aqui, hoje, decorre de suspeição que é resultado dessa amizade, tão verdadeira e tão profunda.”

Texto: Luís Cláudio Cicci
Edição: Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias

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