A 3ª edição da Justiça Itinerante Cooperativa da Amazônia Legal, que acontece até sexta-feira (27/6) nas cidades de Boca do Acre (AM) e Xapuri (AC), ampliou a cobertura de atendimentos de saúde. Para tanto, o Ministério da Saúde enviou equipes da Força Nacional do SUS e da saúde indígena. Além disso, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) contribuiu com o serviço de pediatria.

No total, até a quinta-feira (26), em ambas as cidades já houve 777 atendimentos na área de saúde. Parceiro em todas as edições do programa Justiça Itinerante, o Exército Brasileiro também oferece serviços médicos, odontológicos e apoio à população local.
Para as pediatras do Hospital das Clínicas de SP, Lúcia Campos e Heloísa Gomes, os atendimentos de saúde em uma região tão carente da presença do Estado são muito importantes. “As pessoas dependem desse tipo de ação e a maioria das consultas demanda um acompanhamento de especialistas, sobretudo, neuropediatras. Mas temos certeza de que o nosso trabalho irá ajudá-los de alguma forma”, destacou Lúcia. As médicas ressaltaram ainda que é um privilégio participar da itinerância e poder oferecer seus conhecimentos.
Os atendimentos de saúde e diagnóstico de campo foram reforçados ainda pela participação de uma médica e de uma enfermeira enviadas pela Força Nacional do SUS. O objetivo é que a equipe mapeasse as necessidades das populações urbanas e indígenas. A médica Milena Gomes ressaltou que a cooperação entre a Justiça e o Executivo permite uma maior compreensão sobre os desafios da saúde na região. “Além dos atendimentos emergenciais, é fundamental identificar quais são os maiores problemas, quais medicações são mais necessárias e quais as doenças prevalentes”, pontuou.
Já a enfermeira e ponto focal da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai/MS) Eloina Caetano Morais Karajá destacou que a parceria com o Conselho Nacional de Justiça potencializa o trabalho. “A Sesai tem muitos desafios e, com o apoio do CNJ, conseguimos expandir nossa atuação”. Ela contou também que trabalha há 42 anos com saúde indígena. “Já vi e vivi muitas situações e movimentos como esse, mas tenho percebido que a efetivação das ações é maior no contexto desta parceria”.
O Eixo Saúde, incluído nessa terceira edição da itinerância, foi um esforço para garantir atenção médica e humanizada às populações locais, oferecendo cuidados fundamentais para crianças. “A integração do Hospital das Clínicas, Ministério da Saúde e Exército amplia o alcance do programa, levando não apenas atendimento médico, mas especialmente ações voltadas à saúde coletiva, à prevenção e ao cuidado”, ponderou a Conselheira Daiane Lira, supervisora do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde (Fonajus).

Considerando que um dos focos do programa é o levantamento de dados, contar com a parceria do Ministério da Saúde por meio da Força Nacional do SUS que tem uma vocação diagnóstica, é extremamente relevante. “Conseguimos levantar dados, por meio da Força Nacional do SUS, de uma região que é carente de políticas públicas. Além disso, a participação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, que trouxe médicas pediátricas, para atendimento nas duas localidades, Boca do Acre e Xapuri, potencializa o serviço que é oferecido durante a semana da itinerância”, conclui a juíza auxiliar da presidência do CNJ, Lívia Peres, coordenadora geral do Programa Justica Itinerante Cooperativa na Amazônia Legal.
Texto: Ana Moura
Edição: Thaís Cieglinski
Agência CNJ de Notícias
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