ONG CDVida ganha prêmio por destaque na defesa das mulheres

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Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ
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Milhares de mulheres cariocas, mães, jovens e meninas que lidam com um cotidiano de dificuldades econômicas, vulnerabilidade social e agressões em uma das localidades mais pobres e violentas do país, recebem ajuda, orientação e apoio ao longo dos 24 anos de existência do Centro de Defesa da Vida Irmã Hedwiges Rossi (CDVida). A ONG é pioneira na prevenção e enfrentamento da violência doméstica e familiar na Baixada Fluminense no Rio de Janeiro,  e foi vencedora do Prêmio CNJ Juíza Viviane Vieira do Amaral na categoria “Organizações Não Governamentais”.

“Foi emocionante receber o prêmio e temos que comemorar. É o reconhecimento de um trabalho de uma equipe de profissionais de assistência social e psicologia especializada no atendimento a mulheres em situação de violência doméstica e familiar”, disse a coordenadora do CDVida, Raquel da Silva Narcisa.

A ONG atua em quatro eixos, o primeiro é o “Projeto Vida” de atendimento psicossocial, orientação jurídica e grupo de terapia em ajuda a mulheres que em função do medo, insegurança ou vulnerabilidade financeira desenvolveram distúrbios ou doenças psicológicas. O segundo eixo é voltado à formação e treinamento com objetivo de gerar trabalho e renda para capacitação profissional e formação de mulheres empreendedoras ou autônomas.

O terceiro pilar é dedicado à prevenção da violência doméstica e familiar por meio de palestras com informações sobre como evitar o ciclo de agressões no ambiente familiar e doméstico e como identificar situações de violência e reconhecimento de vítimas que precisam de ajuda. Por fim o último eixo é focado no trabalho de organização e articulação social para o fortalecimento de políticas públicas direcionada a mulheres.

Além dessa ampla atuação, o Centro de Defesa da Vida Irmã Hedwiges criou a campanha “SOS Mulheres” de arrecadação de alimentos e itens de higiene, em iniciativa que se tornou permanente diante do agravamento da condição de vida das famílias, muitas das quais chefiada por mulheres.

Risco de encerramento das atividades

Mesmo em meio a essas realizações o CDVida está prestes a encerrar as atividades e fechar as portas. Duas entidades financiadoras que ao longo de 24 anos ajudaram o Centro de Defesa da Vida Irmã Hedwiges Rossi a manter as portas abertas informaram que não têm mais como contribuir. A mobilização para atrair novos financiadores continua, mas até o momento a entidade continua sem saber se conseguirá manter as atividades em 2023.

“A premiação que recebemos veio, neste momento de dificuldade que enfrentamos, como um abraço por todo o trabalho realizado até aqui. Enfrentamos o risco de encerrar as atividades, mas temos a esperança porque temos a consciência que é preciso continuar”, comentou a coordenadora da entidade.

Homenagem

O Prêmio CNJ Juíza Viviane Vieira do Amaral foi instituído em 2021 em homenagem à juíza do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) vítima de feminicídio em 2020. Em seis categorias – tribunais, magistrados (a), atores do sistema de justiça, ONG, mídia e produção acadêmica -, a premiação tem o objetivo de conscientizar o Judiciário e a sociedade sobre a necessidade de vigília permanente no enfrentamento a esse tipo de violência.

Além disso, o Prêmio busca incentivar o sistema de justiça e a sociedade a adotar mecanismos de proteção acessíveis na prevenção à violência contra mulheres e meninas e a disseminação de boas práticas em todos os segmentos sociais direcionados à prevenção e enfrentamento dos crimes e demais atos praticados no contexto da violência doméstica e familiar.

Essa matéria faz parte de uma série que apresenta as práticas premiadas na segunda edição do Prêmio Juíza Viviane Vieira do Amaral

Texto: Luciana Otoni
Edição: Jônathas Seixas
Agência CNJ de Notícias

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