Foi realizada, no dia 5 de abril, a primeira das 10 audiências concentradas que serão promovidas nas casas de acolhimento da Comarca de João Pessoa (PB). As sessões reavaliam casos de crianças e adolescentes acolhidos para garantir que eles possam voltar para suas famílias ou serem encaminhados para adoção.
Participam das audiências assistentes sociais, familiares dos acolhidos, representantes de instituições de adoção, entre outros. Segundo o juiz Adhailton Lacet, da 1ª Vara da Infância e Juventude da capital, as audiências são para analisar caso a caso a situação dos acolhidos, buscando resolver o problema e encontrar a solução apropriada.
A audiência ocorreu na Casa de Acolhida Morada do Betinho e tratou do caso de sete crianças e adolescentes institucionalizados. Com 16 anos, J.S. é um dos hóspedes do local desde 2014. Ele foi acolhido por estar em situação de vulnerabilidade e risco social, já que há relatos de que a mãe tinha envolvimento com drogas ilícitas.
Estudos – J.S. diz preferir estar na Morada do Betinho do que em casa. “Aqui é bem melhor e diferente, tem estudos e atenção”, destacou. Ele está matriculado no 8º ano do ensino fundamental e faz curso de informática em dois dias da semana. ”Não estudava quando estava em casa, porque minha mãe se mudava muito”, justificou.
O jovem tem planos para o futuro. “Quero ser professor de educação física, abrir vários salões de beleza, ser professor em gestão de RH (Recursos Humanos)”, disse. J.S. vai permanecer na casa de acolhimento, pois, segundo o juiz Lacet, ele não quer ser adotado. “J.S. pode permanecer na Casa até os 18 anos. Após esse período, procuraremos programas do governo para que o jovem tenha sua independência” completou o juiz.
Conforme dados da Vara da Infância e Juventude, existem na capital paraibana 110 acolhidos, entre crianças e adolescentes.
Fonte: TJPB