Na manhã da última sexta-feira (19/4) os internos da Cadeia Pública Juíza Patrícia Acioli, em São Gonçalo, vivenciaram uma rotina diferente e importante para suas vidas. A partir do projeto Justiça Itinerante no Sistema Penitenciário do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de janeiro, eles tiveram a oportunidade de tirar documentos de identidade, certidões de nascimento, receber orientações judiciais, fazer acompanhamentos de processos e até casar. Ao longo do dia, foram realizados 120 atendimentos e cinco casamentos.
“Eu sou de Sergipe e estou com o mesmo documento há 35 anos. Já não dá nem para ver o que está escrito nele. Hoje vou ter a oportunidade de tirar um documento novo e atualizar minha identidade”, disse M.M.S.
Sonho de regularizar a união
Eles se conheceram há seis anos e foi um primeiro contato inusitado: pelo telefone. Logo depois veio o contato pessoal e desde então estão juntos. Há pouco mais de um mês cumprindo sua pena, o interno Z., de 35 anos, realizou o sonho de casar-se com sua companheira.
O casal, que tem uma filha de um ano e um mês, se casou nesta sexta-feira e pôde, assim, realizar o sonho de regularizar a união.
“Em breve eu vou sair daqui e ter minha vida de volta. Agora, com minha esposa oficialmente e a minha filha, que é tudo para mim, vou construir uma família. Eu errei, me arrependo e quero uma nova vida”, planejou Z.
Também para oficializar a relação que já dura três anos, W. e M. se casaram pelo projeto do TJRJ. “Foi amor à primeira vista e não poderia deixar passar essa oportunidade que o Tribunal de Justiça dá para gente. Meu sonho agora é sair daqui e viver em paz e ter nossos filhos”, contou W.
Para o juiz titular da 1º Vara Criminal de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, Akira Sasaki, que participou do Justiça Itinerante pela segunda vez, o projeto é extremamente importante e mostra que o Judiciário está atento às pessoas enclausuradas. Esse projeto é a prova que o Judiciário está atento aos detentos, permitindo a ressocialização a partir do reconhecimento do casamento e fortalecendo os laços familiares”, disse o magistrado.
Também participaram da ação, o promotor de Justiça Paulo José Andrade e as defensoras públicas Lívia Albuquerque e Bruna Duque Estrada.
Fonte: TJRJ