Justiça Federal da 6ª Região faz oficina para criação de plataforma nacional de saúde

Você está visualizando atualmente Justiça Federal da 6ª Região faz oficina para criação de plataforma nacional de saúde
Foto: Ascom TRF6
Compartilhe

Nos dias 18 e 19 de março, o laboratório de inovação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (iluMinas) recebeu representantes da área da saúde e do sistema judiciário de todo o Brasil para participarem de uma oficina de criação com o intuito de desenvolver uma plataforma nacional de saúde. A iniciativa deu os primeiros passos em direção a uma possível resposta ao Tema 1234, tema de repercussão geral do Supremo Tribunal Federal (STF) que trata da judicialização da saúde. O encontro foi realizado no espaço do iluMinas, na sede da corte, em Belo Horizonte.

“Estamos ouvindo a necessidade de cada instituição dentro desse sistema [de saúde]. Para criar uma plataforma nacional, todos os envolvidos precisam ser ouvidos para conseguirmos integrar todas as perspectivas. Já estamos evoluindo em várias questões nesse encontro”, explicou Vânila Moraes.

O processo de judicialização da saúde acontece quando o cidadão não consegue ter acesso a medicamentos que não estão na política pública do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que não se encontram disponíveis. Diante disso, ele acaba recorrendo à Justiça para que o Poder Público possa lhe oferecer a assistência. Em situações assim, os recursos que seriam destinados ao coletivo passam a ser destinados a um caso isolado, geralmente desestruturando o orçamento público dos estados, municípios e da própria União.

Representando na prática os próprios usuários do sistema de saúde, Priscila Torres explicou que o objetivo da plataforma nacional era transpassar quaisquer barreiras de tecnologia e infraestrutura presentes no Brasil. “É importante ver como isso será de fato acessível para todos os usuários, independente de sua classe social, alfabetização e saúde.”

Já Mônica Lima enfatizou que a plataforma nacional estava sendo criada para dar racionalidade ao fenômeno da judicialização da saúde. “No Brasil, temos vários sistemas pulverizados que dificultam uma uniformização das informações. Então o maior intuito desse sistema é trazer uma base nacional de dados para que consigamos priorizar o que está inserido na política pública. A judicialização está sendo muito deletéria ao orçamento público.”

A oficina terminou na manhã do dia 19 de março. Para Martin Schulze, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), o saldo da oficina no iluMinas foi bem positivo. “É a primeira iniciativa que visa coordenar todos os agentes do sistema de saúde e sistema de justiça para encontrar uma maneira de diminuir a judicialização da saúde.” Trazendo a perspectiva dos municípios, ele acrescentou que muitos municípios têm sido penalizados com decisões jurídicas que oneram os cofres públicos municipais, deixando a cargo deles tratamentos que, na verdade, não seriam de sua atribuição.

Entre as autoridades ligadas ao sistema judiciário, estiveram presentes: a juíza federal em auxílio à Presidência Vânila Moraes (coordenadora do iluMinas), Tiago Neiva (representante do STF) e Carolina Leite (representante da Defensoria Pública da União ‒ DPU). Já entre os representantes do sistema de saúde nacional constavam: Priscila Torres (representante do Conselho Nacional de Saúde ‒ CNS), Mônica Lima (representante do Conselho Nacional de Secretários da Saúde ‒ Conass), Janaína Cerqueira (representante do Ministério da Saúde), Martin Schulze (representante da Confederação Nacional de Municípios ‒ CNM) e Gleidson Porto (representante do Conselho Federal de Medicina ‒ CFM). Remotamente, participaram ainda as seguintes autoridades: Flávio Badaró (representante do Conselho Federal de Farmácia ‒ CFF), Diego Veras (juiz federal auxiliar no STF), Thaísa Guerreiro (representante da Defensoria Pública do Rio de Janeiro) e Daniela Aquino (representante da Secretaria Especializada à Saúde do Ministério da Saúde).

Fonte: TRF6

Macrodesafio - Aperfeiçoamento da gestão administrativa e da governança judiciária