5º Seminário de Direito para Jornalistas lota plenário do juri do TJMS

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O 5º Seminário de Direito para Jornalistas promovido pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), realizado na última semana, contou com a participação de magistrados, jornalistas e acadêmicos de jornalismo. A abertura foi feita pelo Coordenador do Comitê Gestor de Comunicação Institucional do Poder Judiciário de MS, desembargador Joenildo de Sousa Chaves, do juiz Diretor do Foro, Luiz Antonio Cavassa de Almeida, e do presidente da Associação dos Magistrados de MS (AMAMSUL), Olivar Augusto Roberti Coneglian.

A primeira palestra foi proferida pelo desembargador Luiz Tadeu Barbosa Silva, membro do Comitê de Comunicação Institucional e logo após foi a vez do Secretário de Comunicação Social do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Marcone Gonçalves dos Santos. Após as explanações foi aberto para perguntas dos participantes e debates que teve como mediadora a diretora da Secretaria de Comunicação Social do TJMS, Marilda Silveira Camargo.

Credibilidade – Durante a abertura do evento, o desembargador Joenildo de Souza Chaves falou sobre a importância do judiciário de MS, o qual esta semana foi noticiado mundialmente pela imprensa diante de uma decisão de um juiz de Campo Grande. O Coordenador do Comitê de Comunicação Institucional citou a necessidade de se divulgar de forma ética as ações do judiciário, tanto para manter a credibilidade da instituição como também a credibilidade do veículo de comunicação que noticia estes fatos.

O presidente da AMAMSUL, Olivar Augusto Roberti Coneglian, lembrou que o judiciário estadual é noticiado a todo momento pela imprensa, como poucos momentos antes da abertura do seminário em que os telejornais locais divulgaram o resultado do julgamento de um caso de repercussão realizado no mesmo plenário onde acontecia o evento.

Coneglian lembrou também que as notícias sobre a justiça fazem parte do cotidiano da população. Além disso, Olivar ressaltou a importância do judiciário de MS para o país, na medida em que lança constantemente novidades na área como a realização do primeiro júri digital.

Logo em seguida teve início a primeira palestra da noite em que o desembargador Luiz Tadeu falou sobre o sistema arcaico de julgamento da justiça brasileira e que, por certas vezes, parece que está na contramão do desenvolvimento, trazendo exemplos como de julgamentos no STF e STJ nos quais os ministros passam até mesmo seis horas lendo seus votos. Uma realidade que precisa mudar, apontou o magistrado, e que em MS já está se renovando.

Eficácia – Na sequencia foi a vez do Secretário de Comunicação do CNJ, Marcone dos Santos, o qual frisou que a justiça precisa se comunicar bem com a sociedade, ou seja, que as pessoas precisam entender o que a justiça fala, fugindo do “juridiquês” e que uma boa relação com a imprensa implica numa comunicação eficaz com a população em geral. Conforme o Secretário de Comunicação do CNJ, o “juridiquês” é um empecilho que precisa ser superado.

O palestrante também explanou que hoje 54% da população brasileira pertence a classe média, um mercado consumidor muito forte e que está afetando o Judiciário. Isto porque, como não há uma boa prestação de serviços no país, as demandas em busca de garantir direitos e deveres caem “no colo do Judiciário” de modo que a justiça é hoje uma necessidade básica como água, energia elétrica, etc.

Marcone Gonçalves apontou que dentro dessa ótica da nova classe média em que vale a expressão “eu quero, eu posso, eu tenho direito” é preciso encontrar formas alternativas de resolver os problemas, como a conciliação.

Ele explicou, em sua palestra, que muitas vezes as autoridades não entendem que a notícia não é imparcial e objetiva e sim uma construção, uma narrativa de um fato. “Então, é importante que os jornalistas construam suas notícias trazendo o contexto delas, ou seja, com responsabilidade nas narrativas, conquistando assim a credibilidade da população e um bom relacionamento com as fontes”.

No entanto, lembrou que credibilidade e transparência são patrimônios difíceis de serem acumulados, mas muito fáceis de serem perdidos. “Qualquer deslize narrativo, aliás, pode acarretar esta perda. Eis a importância e responsabilidade que cabe aos comunicadores”, afirma Marcone.

Do TJMS