Marcha unifica vários setores contra a exploração de crianças e jovens no Pará

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Cerca de 15 mil pessoas firmaram em Belém, na manhã do último domingo (1/3), o compromisso dar um basta ao trabalho infantil no Pará e no País, até 2020, e erradicar até o ano que vem as piores formas dessa ilegalidade, entre as quais o serviço doméstico de crianças e jovens. A Marcha de Belém Contra o Trabalho Infantil unificou servidores públicos estaduais e municipais, grupos da terceira idade, juízes, promotores, defensores públicos, políticos, artistas, empresas e empresários, mas sobretudo os jovens, que marcaram presença em animados grupos, carregando faixas, cartazes e o multicolorido cata-vento ícone da campanha.

“O cata-vento é a hélice que faz decolar o sonho das crianças e adolescentes por um mundo melhor, a varinha de condão da imaginação infantil por um futuro diferente”, explicou o ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Lélio Bentes Corrêa, coordenador nacional do Combate ao Trabalho Infantil. Desde às 7 horas, as pessoas começaram a se concentrar na Praça Pedro Teixeira, em frente à Escadinha do Cais do Porto, na Estação das Docas, Campina. A banda do Corpo de Bombeiros abriu a manhã com o hino nacional brasileiro.

A essa altura, o público tomava a Presidente Vargas, desde a Santo Antônio e além. Organizada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT8), com o apoio do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), a Marcha teve à frente o desembargador Francisco Rocha, presidente do TRT8. Para ele, a manifestação representa a culminância de um processo de mobilização da sociedade civil no combate ao que classificou como uma chaga que envergonha a todos os brasileiros. “O TRT se sente honrado de estar, junto com outros elementos da sociedade, mobilizando, chamando as pessoas para que possamos finalmente erradicar o trabalho infantil da nossa realidade”, disse.

Parceiro – O desembargador José Maria Teixeira do Rosário, coordenador estadual de Infância e Juventude do TJPA, representou o presidente do Judiciário paraense, desembargador Constantino Guerreiro, na Marcha de Belém. Ele reiterou o compromisso da Justiça do Pará com a erradicação do trabalho infantil no estado. “O Tribunal de Justiça é parceiro na Comissão Estadual de Combate ao Trabalho Infantil. A importância da marcha é conscientizar a sociedade de que a criança deve estudar, nunca trabalhar. Nós sabemos que o jovem, a partir dos 14 anos, pode trabalhar, mas na condição de aprendiz. Então, o objetivo é esse: a conscientização da sociedade”, resumiu.

Titular da 3ª Vara da Infância e da Juventude e representante do TJPA na Comissão Estadual Contra o Trabalho Infantil, o juiz Vanderley Oliveira avaliou a Marcha de Belém como um marco histórico para a Justiça brasileira. “A partir de Belém do Pará, conclamamos a sociedade ao enfrentamento desse problema, com responsabilidade, com equilíbrio, para colocar as nossas crianças e adolescentes no eixo da formação saudável. Esse pontapé inicial certamente vai repercutir em todo o Brasil e, no dia 12 de junho, a Marcha Nacional vai consolidar de forma plena este momento que se inicia em Belém”, afirmou.

Fonte: TJPA