TV resgata autoestima de adolescentes infratores no RJ

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Internado há 10 meses por determinação judicial, Marcelo*, de 17 anos, reencontrou sua autoestima desde que começou a trabalhar como cinegrafista em um projeto de TV desenvolvido na Escola João Luiz Alves, unidade do Rio de Janeiro destinada a adolescentes em conflito com a lei. O centro foi visitado, nesta quinta-feira (12/5), pelos integrantes do Justiça ao Jovem, programa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) destinado a verificar a situação desses adolescentes. A unidade é a única do Estado que não está superlotada. Além disso, oferece uma série de atividades que visam a qualificar e resgatar a autoestima dos jovens em conflito com a lei.

“Sempre gostei de ficar atrás das câmeras, mas agora gosto mais é de fazer entrevistas”, afirmou Marcelo*, que hoje é monitor do projeto coordenado pela Organização Não Governamental Ação Comunitária, em parceria com o Departamento Geral de Ações Socioeducativas. Todos os programas são feitos pelos jovens e podem ser vistos no site www.tvnovodegase.net. Eles filmam, editam, escolhem pautas e entrevistam. As matérias são produzidas dentro das unidades de internação, mas também há gravações externas, mediante autorização judicial.

Por conta do trabalho na TV, Marcelo* acabou beneficiado. Há pouco tempo ganhou de um de seus entrevistados uma bolsa em um curso preparatório para o colégio militar. Também foi convidado por um deputado que o entrevistou a fazer estágio na Assembleia Legislativa. Os benefícios poderão ser usufruídos quando o jovem sair da unidade. “A TV acaba sendo um incentivo”, afirmou Paulo Ballado, da ONG Ação Comunitária.

A equipe da TV registrou, nesta quinta-feira (12/5),  a visita realizada pelo CNJ na unidade. Ao ser entrevistado, o juiz João Baptista Galhardo, coordenador do Justiça ao Jovem no Estado do Rio de Janeiro, falou sobre o papel do Conselho Nacional de Justiça, o objetivo do programa Justiça ao Jovem e até sobre futebol. O magistrado também deixou um recado para os jovens: “Acreditem em si mesmo e na possibilidade de mudança. Aproveitem essa oportunidade para saírem daqui como verdadeiros cidadãos”, afirmou.

O trabalho do Programa Justiça ao Jovem no Rio de Janeiro terminou nesta sexta-feira (13/5), com uma reunião na sede do Tribunal de Justiça, entre a equipe do CNJ e os dirigentes da Corte. Nesta semana, foram inspecionadas as cinco unidades de internação que existem no Estado.

*nome fictício

Giselle Souza
Agência CNJ de Notícias