“Quando a vi pequenininha… nunca senti diferença”

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A vida do casal Antonio Carlos e Valquíria, da Bahia, também mudou – e para melhor – depois que eles adotaram Maria Antonia e Carlos, de 9 e 6 anos de idade respectivamente. As crianças são negras. Mas a diferença em relação ao tom da pele de seus pais, que são brancos, nunca mostrou-se de fato um problema. “Nunca percebi preconceito diretamente. A Maria Antonia é mulata, tem o cabelo negro, não se parece com a gente. Já o Carlinhos, lembra o Ronaldinho”, conta Antonio Carlos, entre risos.

A decisão de adotar veio depois de Valquíria descobrir que não poderia ter filhos. O casal ainda tentou o procedimento da inseminação, mas sem sucesso. “Foi então que começamos de fato a cogitar a adoção. Levou uns dois anos até a gente fazer a coisa toda. Quando decidimos, tínhamos certeza”, diz.  Maria Antonia e Carlos foram adotados ainda bebês. A menina foi a primeira a integrar a família. “Sabia que, no momento em que eu visse a criança, ela seria uma filha para mim. E foi exatamente assim. Quando peguei a Maria Antonia e a vi pequenininha… Nunca senti diferença”, relata.

Antonio Carlos conta que nunca escondeu dos filhos a verdade. “Algumas pessoas perguntavam (se eram adotados), mas uma coisa que sempre procuramos, até de acordo com a orientação de psicólogos, foi sermos naturais”, lembra. “Nos primeiros anos, compramos livros com historinhas sobre a adoção. E a medida que a curiosidade deles vinha, procurávamos respondê-las. Uma vez a Maria Antonia nos perguntou se ela tinha saído da barriguinha da mãe. Respondemos que não, que ela tinha saído do coração e que nós somos seus pais”, completa. 

Giselle Souza
Agência CNJ de Notícias