Projeto do TJRO leva índios ao mercado de trabalho

Compartilhe

Índios Karitiana receberam  na última  quarta-feira (30 /09 ) diploma do curso de Inclusão Digital, realizado pelo Tribunal de Justiça de Rondônia em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Nacional (Senai). A formatura dos 13 índios foi realizada na aldeia central, localizada a 100 quilômetros de Porto Velho – sentido Rio Branco, onde também foi inaugurado o laboratório de informática, com internet banda larga, fruto da parceria com o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).

 Na ocasião, estiveram presentes a presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia, desembargadora Zelite Andrade Carneiro; o secretário administrativo do Tribunal, Leonardo Donato; os instrutores do curso, Pedro Wilson e Max Araújo, servidores do TJ; representantes do Senai, Adir Josefa, Elsa Ronsoni e Maria Batista; do Sipam,  Neumar da Silveira e o gerente da Caixa Econômica Federal, Wilson Alves.A desembargadora Zelite Andrade Carneiro afirmou que a iniciativa do Judiciário de Rondônia conseguiu sensibilizar muitos parceiros e resultou em oportunidades, não só para os Karitiana, como também para outras etnias do estado. “Não tem como voltar atrás. O Judiciário não poderia adiar o seu compromisso com a responsabilidade social, oferecendo aos índios  acesso ao mundo globalizado e ao mercado de trabalho. Desde já agradecemos aos nossos parceiros. Esperamos que a iniciativa do TJ possa ampliar ainda mais o leque de novas ideias e multiplicar ações dessa natureza”, comemorou.

Formatura  – Os índios cantaram o hino nacional em português, fizeram exposições de artesanatos e serviram pratos típicos da culinária indígena aos convidados, como a mandioca e xinxa (bebida fermentada à base de milho). De acordo com o professor Inácio Karitiana, a aldeia ficou eufórica com a formatura e a implantação do laboratório de informática. “Já definimos os horários de funcionamento da sala informática. O meu povo está feliz demais e agora vamos organizar nossa história e divulgá-la para o mundo”.

Samuel Karitiana, um dos índios capacitados pelo projeto, mostrou com alegria a placa na entrada do laboratório que identificava a chegada dos computadores na aldeia. “Estou emocionado e quero postar vídeos da minha aldeia no youtube”, afirmou o índio. “É muito bom ver que uma autoridade cumpre o que prometeu para minha comunidade. Muitos prometem e nunca mais voltam aqui. A Justiça tem contribuído com o meu povo”, salientou o presidente da Associação de Pais e Presidentes da aldeia, Rogério Karitiana.

O Tribunal de Justiça doou, em abril deste ano, computadores para aldeia Karitiana. No mês de maio disponibilizou dois professores e material didático para o início das aulas no laboratório de informática cedido pelo Senai. Em julho, o Tribunal buscou outras parcerias para implantação do laboratório na aldeia. Foi o caso da Energia Sustentável e da empresa Casablanca Cerimonial, que juntas patrocinaram a noite de autógrafo do livro “Dançando na Luz”, de autoria da desembargadora Zelite Andrade Carneiro, que teve a renda revertida para a tribo.

Oportunidades de Emprego  – Na solenidade de formatura, a psicóloga do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Daniele Mejia Cavalcante, disse aos presentes que a Caixa Econômica Federal (CEF) abriu 300 vagas de estágio para os indígenas, após tomar conhecimento do projeto de Inclusão Digital para os Índios Karitiana. Ela explicou que os indígenas de Rondônia que tiverem mais de 16 anos e estejam estudando, podem ser contratados para o estágio remunerado.

Logo após o evento, a comunidade teve acesso à internet, por meio de uma antena parabólica denominada VSAT (sigla em inglês para Very Small Aperture Terminal). A VSAT da aldeia Karitiana será reforçada pelo sistema de banda larga, via satélite IP Advantage, que permitirá uma maior velocidade para acesso à rede mundial de computadores. “Estamos possibilitando que eles apliquem o que aprenderam no curso oferecido pelo TJ e  Senai e possam ter acesso às informações de uma sociedade na qual eles já estão inseridos”, disse José Neumar da Silveira, gerente do Sipam.

 

 Fonte: TJRO