Presos de MS concluem formação em pedreiro e eletricista

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Cerca de 200 presos de regime aberto e semi-aberto de Campo Grande (MS) receberam,  na última  quinta-feira (13/08), certificado de conclusão nos cursos de pedreiro, mestre de obra e eletricista. As aulas fazem parte do Programa Construindo Liberdade, um projeto do governo do Estado em parceria com outras instituições que visa promover a reintegração social dos detentos. O juiz auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) participou da entrega de diplomas aos detentos e se emocionou ao ver os resultados da iniciativa. “Esse projeto está na linha de pensamento do CNJ e é o caminho certo para promover a reintegração social dessas pessoas”, destacou o juiz, se referindo ao programa Começar de Novo do CNJ que visa a reintegração na sociedade e no mercado de trabalho de presos e egressos do sistema carcerário .

Adilson Teixeira Rodrigues, 42 anos, foi um dos que participou do curso e conta que se considera pronto para encarar o mercado de trabalho. “Estou qualifcado e ansioso para ser contratado”, comemorou. Preso há cerca de três anos por tráfico de drogas, Pedro Garcia, 29 anos, também não vê a hora de começar a trabalhar. “Para mim esse diploma é uma garantia de vida lá fora”, disse. Ele conta que os dois filhos e a esposa ficaram orgulhosos com a conquista. “Representou uma maior esperança para a toda família”, completou. Condenada por assalto a mão armada, Joana Dias, 32 anos, foi a aluna que mais se destacou na formação e já tem emprego praticamente garantido. “Aprendi a levantar uma casa e sei que o certificado me dará novas oportunidades”, comemora. Além disso, o curso lhe deu a certeza de que não pretende repetir o erro que a levou para a prisão.  

Essa é a primeira turma a concluir os cursos que começaram há cerca de um mês. Agora outros 200 presos participarão da formação em carpinteiro, pedreiro e pintor. Parte dos detentos poderão trabalhar na construção de casas populares no Estado. Por determinação da Secretaria de Habitação de MS, 10% da mão de obra contratada pelas empresas para trabalhar na construção terá que ser de presos que concluíram o cuso. Ao parabenizar os detentos que participaram das aulas, o juiz do CNJ pediu a eles para que “não deixem que o diploma fique apenas na folha de papel, mas que signifique um recomeço”. “Todos nós merecemos uma segunda chance, uma oportunidade”, reforçou. A participação no curso e o trabalho também contribuem na remissão de pena dos detentos. Para cada três dias trabalhados, um é reduzido do tempo que eles precisam permanecer encarcerados.

 

MB/ SR

Agência CNJ de Notícias