Após concluir a implantação do e-Proc, sistema pelo qual todos os processos se iniciam de forma eletrônica, o Poder Judiciário de Tocantins concentra esforços na digitalização dos processos mais antigos que ainda tramitam na forma física. Numa parceria do Judiciário com a Faculdade Católica do Tocantins, há uma semana os trabalhos se voltam para a 1ª Vara Cível. A servidora técnica-judiciária Vânia Leite, que acompanha uma equipe de 14 estagiários do curso de Direito, acredita que os cerca de 2,5 mil processos que ainda tramitam fisicamente estarão virtualizados no prazo de três a seis meses.
“Na primeira semana, nós nos concentramos em processos mais antigos e que estão em fase de recursos no Poder Judiciário. É um procedimento meticuloso, cuidadoso e trabalhoso que envolve, inclusive, a limpeza das pastas e dos documentos. Com isso, terminamos a semana concluindo 25 processos digitalizados, mas num ritmo em que os alunos ainda estão aprendendo como fazer e o que fazer. Acredito que, de agora em diante, esse ritmo deve melhorar substancialmente”, calcula Vânia.
O juiz Luiz Astolfo Amorim, que responde pela 1ª Vara Cível, considera que a iniciativa oferece oportunidade para que estudantes de Direito convivam de perto com um ambiente que, num futuro próximo, fará parte de suas vidas profissionais. “Ao mesmo tempo, eu percebo que eles estão vivendo um momento histórico, já que estão assistindo uma transição entre duas matrizes, dos processos físicos para uma plataforma eletrônica, que representa a modernidade, o futuro”, observa.
Oportunidade – Para o magistrado, os estudantes que se voluntariaram para o trabalho estão tendo a oportunidade de ver na prática como se dá o andamento de um processo, como ele é organizado, além de conhecer os autos de perto – um aprendizado que deverá ser bastante útil nas carreiras dos futuros advogados.
Em 31 de janeiro deste ano, a 2ª Vara Cível da Comarca de Palmas já havia se tornado a primeira do Brasil a ter todos os processos de seu cartório judicial virtualizados. Com o apoio da Presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (TJTO), do Exército Brasileiro e de estudantes de Direito da Faculdade Católica do Tocantins, foi realizado um mutirão que escaneou e inseriu no sistema de processo virtual (e-Proc) cerca de 1,4 mil feitos, volume que se somou aos 1,7 mil que já haviam sido impetrados virtualmente.
Para a desembargadora Ângela Prudente, presidente do TJTO, a tecnologia tem que ser vista como aliada de magistrados, advogados, servidores do judiciário e todo cidadão que precise buscar pelos seus direitos. “A digitalização dos processos antigos ao lado do e-Proc, que já é uma realidade, são instrumentos que nos colocam num patamar de excelência e eficiência”, observa.
Fonte: TJTO
