Mutirão Carcerário do CNJ inspeciona maior penitenciária da Bahia

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O Mutirão Carcerário que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza no estado da Bahia já inspecionou, na última semana, a maior penitenciária da Bahia, em Salvador, a Penitenciária Lemos de Brito. A coordenadora do mutirão, juíza Ivana David, inspecionou todas as alas da penitenciária e declarou ter ficado espantada com o que viu: no local faltam atendimento médico, higiene e espaço para abrigar 1,4 mil homens.

A falta de assistência médica aos condenados ficou evidente no caso de um senhor cuja perna gangrenou. “O detento ficou doente e não recebeu o atendimento necessário. Agora a perna dele corre risco”, afirmou a juíza.

Cozinha – Além disso, conforme o que foi apurado nos primeiros dias da inspeção, a cozinha da referida penitenciária é suja e tem o piso constantemente molhado. Os cozinheiros são terceirizados e preparam apenas almoço e jantar no local. Quando a refeição fica pronta, colocam a comida em panelas e os presos se servem com canecas de plástico que eles mesmos lavam depois de comer.

Segundo a magistrada, até seis presos dividem uma cela. “Muitos são forçados a dormir no chão, embaixo da cama”, relatou a juíza Ivana David. Enquanto as celas estão sendo revistadas, os presos se amontoam em um pátio que parece um campo de concentração”, ressaltou.

Trabalho – A magistrada encontrou algumas oportunidades para os presos trabalharem. Empresas de fabricação de estopa e mangueiras plásticas estão instaladas dentro da penitenciária. “Agradeci aos empregadores pelos empregos e renda que estão gerando, mas ressaltei que os trabalhadores precisam de equipamento de segurança”, disse.

As inspeções a unidades prisionais da Bahia devem prosseguir nas próximas semanas. O roteiro da coordenadora do mutirão inclui presídios, penitenciárias e carceragens de delegacias de polícia do interior do Estado onde há superlotação.

Manuel Carlos Montenegro
Agência CNJ de Notícias