Os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) decidiram, nesta quinta-feira (16/6), liberar a Rodovia Transamazônica e as vias de acesso à cidade de Marabá/PA, depois que o Fórum de Assuntos Fundiários, coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), acertou com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, a abertura de negociações sobre a pauta de reivindicações dos assentados.
“O clima é muito tenso”, disse Marcelo Martins Berthe, juiz auxiliar da Presidência do CNJ e coordenador do Fórum de Assuntos Fundiários. O pedido de intermediação foi encaminhado ao CNJ pela juíza Cláudia Regina Favacho Moura, da Vara Agrária de Marabá, devido à iminência de confronto entre manifestantes e a população, que estava privada do direito de ir e vir. Além disso, o Ministério da Justiça havia decidido encaminhar a Força Nacional para, junto com a polícia estadual, desobstruir as estradas.
“Marcamos a audiência com o ministro para segunda-feira e eles aceitaram desobstruir a rodovia sem o uso da força”, disse Berthe, ressaltando que a experiência tem mostrado que a negociação é o melhor caminho para solucionar conflitos.
Os assentados reivindicam financiamento e assistência técnica para produção, e também acesso a serviços públicos, como escolas. “Eles querem acesso a políticas públicas”, comentou. Além da negociação, em Brasília, o CNJ decidiu mandar para Marabá um juiz de Pernambuco, com experiência em negociação.
Gilson Luiz Euzébio
Agência CNJ de Notícias