Começar de Novo: Construtora de GO emprega 30% de presos e ex-detentos no quadro de funcionários

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Cerca de 30% dos funcionários que trabalham atualmente em obras da construtora GM Participação Empreendimentos Imobiliários, em Goiânia (GO), são detentos ou egressos do sistema carcerário. Eles trabalham nas funções mais diversas, que vão desde servente a encarregado geral, e recebem salários que variam de R$ 600 a R$ 3.000. “Não fazemos distinção entre os empregados .Eles são tratados como iguais, inclusive em termos salariais”, destaca o diretor da construtora, Célio Vieira. A iniciativa contribui para a reintegração dessas pessoas na sociedade e no mercado de trabalho, o que é incentivado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio do Programa Começar de Novo.

Atualmente, a construtora conta com 240 funcionários, dos quais 70 são pessoas que cumprem pena em regime aberto ou semi-aberto. A quantidade de empregados varia de acordo com os contratos e as obras que a empresa realiza, mas Vieira garante que assegura vagas para presos e ex-detentos  para todos os projetos . A seleção dos candidatos é feita no próprio presídio, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde eles também passam por uma capacitação na área demandada pela empresa. Muitos deles trabalham como pedreiro, pintor, ou até mesmo mestre-de-obras. “Nunca tivemos nenhum tipo de problema . Pelo contrário, o resultado têm sido muito positivo”, ressaltou.

Mais vagas – A ideia de incluir  egressos no quadro de funcionários da construtora foi colocada em prática no início de 2009, segundo o diretor, por sugestão de um colega e, desde então, foi adotada em todas as obras da construtora. “Eles ficam felizes com a oportunidade, sem contar que é uma contribuição para a sociedade”, afirma Vieira. Os resultados foram tão positivos que ele pretende expandir o número de vagas destinadas a detentos este ano nas próximas obras que serão tocadas pela empresa. 

Em Goiânia, nesta quinta-feira (28/1) o presidente do CNJ, ministro Gilmar Mendes, ressaltou a importância de programas de ressocialização de presos e egressos do sistema carcerário, como política de segurança pública,  a fim de reduzir  a taxa de reincidência,  e diminuir a criminalidade. Na ocasião, ele assinou convênios com o governo de Goiás e a empresa de confecção de roupas Hering para ampliar a oferta de vagas de trabalho e cursos para presos, ex-detentos e menores em conflito com a lei que cumprem medidas só-educativas e de internação no Estado. No Portal de Oportunidades, disponível no site do CNJ (www.cnj.jus.br), 1.550 vagas para cursos e emprego estão sendo ofertadas para essas pessoas.

 

MB/ SR

Agência CNJ de Notícias