Começar de Novo: 25 ex-detentos começam a trabalhar no Judiciário pernambucano

Compartilhe

Dentro de poucos dias, Sidclay Dantas Trajano, 35 anos, começará a trabalhar na área de manutenção elétrica do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Ele, que hoje está em liberdade condicional, é um dos beneficiados pelo acordo assinado nesta quinta-feira (28/1), em Recife, entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o TJPE, o governo de Pernambuco e o Conselho Penitenciário do Estado, que vai possibilitar a contratação de 25 ex-detentos para trabalhar em órgãos do Judiciário pernambucano. “Se nós não trabalharmos a questão da reinserção, não vamos conseguir reduzir a taxa de reincidência no Brasil que é uma das maiores do mundo”, destacou o presidente do CNJ, ministro Gilmar Mendes, durante a assinatura do convênio. A parceria faz parte do programa Começar de Novo do CNJ, que busca a ressocialização de presos e egressos do sistema carcerário.

“Essas pessoas já responderam pelas suas penas, agora é preciso que tenham a garantia de reinserção na sociedade”, destacou o presidente do TJPE, Jones Figueirêdo Alves. Sidclay, juntamente com os demais 24 beneficiados, assistiu orgulhoso a cerimônia de encerramento do mutirão carcerário e de assinatura do convênio no plenário do TJPE.  Ele ficou preso por oito anos após ser condenado por assalto e tentativa de homicídio e, agora, diante da oportunidade de trabalho no Tribunal, só pensa em conseguir superar o preconceito da sociedade e alcançar seus objetivos. “Pretendo prestar vestibular na área de informática”, afirma. A experiência no Tribunal, segundo o jovem, vai incrementar o currículo e abrir novas oportunidades de trabalho.

O convênio com o CNJ prevê a criação de vagas de emprego e cursos destinados a presos e egressos do sistema carcerário em Pernambuco. A expectativa é de que o primeiro grupo de beneficiados comece a trabalhar já na próxima semana como eletricista, jardineiro, marceneiro, pintor e na área de serviços gerais. Eles trabalharão por seis meses em um regime de oito horas diárias, recebendo um salário mínimo por mês. Terminado o tempo de contrato, um novo grupo de 25 ex-detentos será convocado para trabalhar.

Seleção – A escolha dos egressos que participam do programa é feita pelo Conselho Penitenciário de Pernambuco. De acordo com o presidente do Conselho, Jorge Neves, a equipe de psicólogas e assistentes sociais conversou com diversos candidatos e selecionou aqueles que mais se adequavam ao perfil profissional solicitado pelo Tribunal, em geral, pessoas que já tinham alguma experiência nas áreas demandadas. “É importante dar oportunidade a essas pessoas, porque muitas sofrem dificuldades para encontrar trabalho”, destacou Neves.

MB
Agência CNJ de Notícias