Dentro de seis meses, o Brasil deve conhecer de forma inédita o perfil dos cidadãos que trabalham na Justiça brasileira. O detalhamento faz parte do Censo do Poder Judiciário, que estará à disposição dos servidores de todos os tribunais brasileiros a partir da próxima segunda-feira (26/8), por meio eletrônico. O questionário foi elaborado por especialistas do Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pretende descobrir desde o grau de envolvimento dos servidores com suas atividades até o nível de satisfação desse servidor com suas funções e com o tribunal onde trabalha, passando por pontos menos subjetivos, como média de horas trabalhadas no dia, nível de escolaridade e estado civil.
O Censo também mapeará outros detalhes sobre esse servidor, como o número de deficientes, por exemplo. “Sabermos quantos deficientes há no Poder Judiciário e qual o tipo de deficiência – se visual, motora, mental ou auditiva, por exemplo – é fundamental para formulação de políticas públicas voltadas a esse público”, afirmou a diretora-executiva do DPJ, Janaína Penalva, responsável pelo questionário.
Algumas perguntas podem ir além e contribuir para uma avaliação mais real sobre o Poder Judiciário. No bloco de questões que se referem à motivação em relação ao trabalho, o servidor será questionado se sente orgulho de onde trabalha; se considera bom o resultado da prestação jurisdicional oferecido pelo órgão e até se, nos últimos tempos, lembra-se de ter tido ideia ou solução inovadora para melhorar seu dia a dia.
Segundo a especialista do CNJ, a divulgação dos dados sobre os servidores será focada apenas em dados estatísticos que serão confrontados com o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A proposta é mais ampla que a mera contagem de servidores. Queremos revelar questões desconhecidas, para que a pesquisa seja a mais profunda e nacional possível. Queremos um retrato amplo, mas também alcançar o que é o Poder Judiciário em Afuá, por exemplo, no Pará”, afirma Janaína, que reforçou o grau de sigilo dos dados. “Os servidores estão completamente protegidos. Interessa-nos conhecer as particularidades para reduzir as disparidades entre regiões e tribunais”, completou.
Um questionário específico será disponibilizado em breve aos magistrados para que estes respondam ao Censo. O resultado final é aguardado para fevereiro.
Regina Bandeira
Agência CNJ de Notícias