Após internação, jovem busca caminho diferente

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Aos 18 anos, Sandro esforça-se para terminar o curso de Logística. Ele estuda na Escola Técnica Paulista (Etec) – instituição à qual ingressou após passar em 38º lugar no vestibular. Quem o vê hoje tão aplicado nos estudos não imagina a história do rapaz, que já foi privado da liberdade após se envolver em um assalto. Antes de ser internado, o adolescente já havia sido sentenciado a cumprir as medidas socioeducativas de liberdade assistida e semiliberdade, também pela prática de atos infracionais.

O jovem ficou um ano internado. Nas unidades em que esteve não deixou passar nenhuma oportunidade de profissionalização que lhe era oferecida – ele fez cursos de webdesigner, vendas e até de pizzaiolo. Foi quando surgiu a possibilidade da formação em logística. “Iria estudar na própria unidade, mas o curso foi cancelado. A coordenadora pedagógica me falou então sobre a Etec. Ela me inscreveu (no vestibular). Eu estudei e passei”, contou.

Em razão da oportunidade, Sandro foi liberado da medida de internação pelo Judiciário paulista. E hoje, vislumbra dias melhores. “Estou procurando algo melhor para mim. Estou buscando seguir um caminho diferente”, afirmou o jovem, destacando que essa oportunidade o fez crescer e, principalmente, restabelecer os laços com a família. “Agora eles têm mais confiança em mim”, destacou.

Na avaliação do jovem, o sistema socioeducativo precisa de melhorias. “Há muitos funcionários que não têm paciência para trabalhar com as pessoas, acabam por querer agredir, daí acontecem às rebeliões, pois os adolescentes ficam revoltados”, contou. 
Apesar da experiência difícil, Sandro conta que aprendeu. “Uma das coisas boas que consegui ver lá é que não conseguimos tudo que queremos no nosso tempo. Temos que saber esperar”, explicou o jovem. “Minha vida seria um caos (se não tivesse entrado no sistema). Iria continuar na mesma, nada teria mudado em mim”, acrescentou.

Giselle Souza
Agência CNJ de Notícias