Alunos aprendem sobre o Poder Judiciário

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Utilizando brincadeiras e vocabulário simples, as juízas Helena Maria Bezerra Ramos e Célia Regina Vidotti (na foto) conversaram nesta quarta-feira (1º de agosto) com adolescentes de 11 a 15 anos sobre os Três Poderes. Esses jovens são alunos que cursam o 6º ano A e B da Escola Municipal Maximiano Arcanjo da Cruz, localizada no bairro Santa Laura, em Cuiabá, e que receberam o Projeto Poder Judiciário na Escola, desenvolvido com o objetivo de levar o conhecimento sobre a estrutura e o funcionamento do sistema judicial aos alunos das escolas municipais e estaduais.

A juíza Helena Maria (na foto) atualmente atua como auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça e é coordenadora do projeto. Já a juíza Célia Vidotti atua como juíza auxiliar da Segunda Vara de Família e Sucessões da Comarca de Cuiabá.

Todos os alunos já tinham lido e trabalhado em sala, juntamente com os professores, a cartilha Justiça em Quadrinhos e a publicação Brazilzinho, que, respectivamente, conta de maneira didática e com linguagem simples o funcionamento da Justiça e trata sobre questões de cidadania. Os alunos receberam bem o material e se interessaram pelo assunto. Eu complementei contando a eles que na época em que eu estudei os professores nem sequer falavam sobre isso. Hoje eles têm a oportunidade de ouvir da própria juíza que existem direitos e deveres e quais são eles. Cidadania? A gente nem sabia o que era, assim como não conhecia direitos humanos e nem do consumidor, explica a professora unidoscente Sueli Porto Silva Fernando.

Da mesma forma pensa a professora unidoscente do 6º ano B, Raquel Cristina Deuner, 12 anos de profissão. Em todo o meu tempo de trabalho eu não tinha visto uma campanha para explicar a alunos tão jovens sobre os Três Poderes. O projeto é único e surpreendente e traz um material lúdico que estimula as perguntas e o gosto pelo tema, explica a profissional. Ela afirma ainda que para que os alunos entendessem melhor, o assunto foi trabalhado interdisciplinarmente em história e geografia, três vezes por semana.

As apresentações das palestras aos alunos também foi avaliada positivamente pela diretora da escola, Francisca Luzia Pereira da Silva, que ressaltou ainda que o projeto, além de explicar sobre assuntos importantes, quebra também um grande tabu – que juízes são pessoas poderosas que não podem ser acessadas. O projeto colabora pedagogicamente com o aprendizado dos alunos e enriquece muito mais as aulas. Por conta disso eu pedi que todos fizessem anotações, pois eles serão multiplicadores dentro da escola, relata Francisca.

Os alunos Lucas Fernandes, 13 anos, e Ester Vitória Lopes da Silva, 11 anos, ambos da 6º série, leram a cartilha e gostaram. Com a cartilha foi possível aprender sobre os poderes e também sobre o que fazem os juízes, os vereadores, os senadores e ver que um faz um trabalho diferente do outro, avalia Lucas. Já Ester Silva assinala que a parte que ela mais gostou da palestra e da cartilha foi saber que a Lei existe para ser aplicada, mas uma briga também pode ser resolvida conforme a consciência do juiz. Por exemplo, se os pais se separam, mesmo que o pai tenha mais dinheiro, se a mãe for boa, o juiz pode deixar a criança com ela, destaca a aluna.

O Projeto Poder Judiciário na Escola integra a Meta 4/2011 do Conselho Nacional de Justiça, que determina o desenvolvimento de um projeto de relacionamento sobre o funcionamento do Poder Judiciário ao público. Apesar de a meta ser do ano passado, ela é perene e sua aplicação em Mato Grosso prioriza as escolas municipais. Além da escola Maximiano Arcanjo, as escolas Francisco Pedroso da Silva e Floriano Bocheneki também serão contempladas.

Do TJMT