Ministra destaca demora do Judiciário no processo da igualdade de gêneros

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A corregedora Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, disse nesta sexta-feira (15/6) que o Judiciário foi o último dos Poderes da República a implementar a igualdade de gênero entre homens e mulheres. Segundo a ministra, apenas em meados da década de 90 descobriu-se que o Judiciário era o único dos Poderes que não possuía mulheres em sua cúpula.

“Quando o Brasil começou a colher dados para a conferência internacional de Beijing descobriu que todos os poderes tinham em sua cúpula representantes do sexo feminino, menos o Poder Judiciário. Em 1997 não havia qualquer mulher na cúpula dos tribunais superiores”, afirmou a corregedora, ao participar do fórum “Equidade de Gênero – Pressuposto para o Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Pobreza”, no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro.

A mudança, segundo a ministra, veio em 1998, quando a Presidência da República assumiu o compromisso de indicar mulheres para os tribunais superiores. Em 1999, a ministra Eliana Calmon foi indicada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, no ano seguinte, a ex-ministra Ellen Gracie tomou posse no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Isso aconteceu graças a um valoroso movimento de mulheres que praticamente forçou o Estado a tomar essa diretriz”, disse. O fórum, promovido pela Fiesp, faz parte do projeto Humanidades e é um dos eventos paralelos à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que acontece até o dia 22 de junho na capital fluminense.

Eliana Calmon falou sobre a importância da igualdade de gêneros para o equilíbrio da sociedade. “A igualdade é política pública para o equilíbrio da sociedade e não teremos uma sociedade equilibrada se não inserirmos nesse contexto a mulher, principalmente quando 40% dos chefes de família são mulheres”, afirmou. Segundo a ministra, mesmo com as conquistas alcançadas pelo movimento feminista nos últimos anos, o poder, ainda hoje, é masculino e as mulheres enfrentam dificuldades em chegar à cúpula dos órgãos, entidades e empresas em que trabalham.  

Ao participar da abertura do evento, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, sugeriu uma parceria entre o setor empresarial e as três esferas de governo no Rio de Janeiro e em São Paulo para a criação de um programa que possa garantir creches a cerca de 400 mil mulheres que trabalham nestes estados e não têm onde deixar seus filhos. Já a ministra de Meio Ambiente, Izabella Teixeira, defendeu uma presença maior das mulheres nos Conselhos de Administração das grandes empresas.

Também estiverem presentes à abertura a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Helena de Bairros, a senadora Marta Suplicy e o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, entre outros representantes de órgãos públicos e de entidades da sociedade civil.
 
Tatiane Freire
Agência CNJ de Notícias