Você conhece a história do dia 8 de março?

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Hoje, 8 de março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Mas você conhece a história por trás dessa data? Nós vamos te contar. 

Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) na década de 1970, o dia simboliza a longa luta das mulheres por igualdade de condições em relação aos homens. Embora tenha suas raízes no movimento operário, sua importância transcende as fronteiras do trabalho e abrange a batalha contra a desigualdade salarial, o machismo e a violência. 

As origens do dia 8 de março remontam ao século XIX, ligadas aos movimentos trabalhistas na Europa e na América do Norte. Em 1908, em Nova York, 15 mil mulheres marcharam exigindo melhores condições de trabalho, salários justos e direito ao voto. Esse evento marcou o início de um movimento que se espalharia globalmente. 

O primeiro Dia Internacional da Mulher ocorreu em 1909 nos Estados Unidos, em honra à greve das trabalhadoras têxteis. Posteriormente, o movimento ganhou força internacionalmente, culminando em eventos como a marcha de 1917 na Rússia, que levou à abdicação do czar (título atribuído aos imperadores que governaram a Rússia por quase 500 anos) e à concessão do direito ao voto feminino. 

A ativista Clara Zetkin propôs a ideia de um dia dedicado às mulheres durante uma conferência em 1910, marcando o início das celebrações internacionais. No entanto, somente em 1975, o Dia Internacional da Mulher foi oficialmente reconhecido pela ONU. 

Assim, enquanto comemora-se o 111º Dia Internacional da Mulher em 2024, é importante reconhecer não apenas as conquistas passadas, mas também a necessidade contínua de lutar por igualdade e justiça para todas as mulheres no planeta. 

O Dia Internacional da Mulher não é um mero dia voltado a homenagens triviais às mulheres, mas diz respeito a um convite à reflexão sobre como elas são tratadas na sociedade. Essa reflexão vale tanto para o campo do convívio afetivo, familiar e social, quanto para questões relacionadas ao mercado de trabalho. 

Os movimentos a favor da mulher desempenham um papel crucial na busca pela equidade de gênero e na promoção dos direitos femininos em todo o mundo. Ao longo dos anos, esses movimentos têm sido fundamentais na conscientização sobre questões relacionadas à desigualdade de gênero e na pressão por mudanças significativas na sociedade. Algumas das principais conquistas dessa área na última década incluem: 

  1. Lei Maria da Penha: A Lei Maria da Penha, promulgada em 2006, é uma das legislações mais abrangentes para combater a violência contra a mulher no mundo. Ela estabelece medidas protetivas, como o afastamento do agressor do lar e a criação de juizados especializados, contribuindo para uma redução significativa nos índices de violência doméstica. Desde sua implementação, houve um aumento nas denúncias de violência contra a mulher, demonstrando uma maior confiança das vítimas no sistema de Justiça. Além disso, a Lei Maria da Penha inspirou outros países a adotarem legislações semelhantes.
  2. Avanço na legislação trabalhista: A aprovação de leis que visam garantir a igualdade de gênero no mercado de trabalho, como a ampliação da licença-maternidade e a proibição da discriminação salarial por gênero, tem contribuído para melhorar as condições de trabalho das mulheres. Por exemplo, a Lei do Feminicídio (Lei n. 13.104/2015) tipifica o feminicídio como crime hediondo e inclui o assassinato de mulheres em razão de gênero como circunstância qualificadora do crime de homicídio, garantindo uma punição mais severa para esses casos.
  3. Políticas de cotas: A implementação de políticas de cotas tem proporcionado uma maior representatividade das mulheres em diferentes esferas da sociedade. No Brasil, a Lei n. 12.034/2009 estabelece que pelo menos 30% das candidaturas de cada partido ou coligação devem ser destinadas a mulheres, contribuindo para um aumento gradual da participação feminina na política. Essas políticas têm levado a uma diversificação do perfil dos(as) representantes eleitos(as), refletindo melhor os interesses e as demandas da população.
    A presença das mulheres no mercado de trabalho ainda é substancialmente menor do que a dos homens, como evidenciado por dados da Organização Mundial do Trabalho (OMT) em 2018. Apenas 48% das mulheres maiores de 15 anos estão empregadas em todo o mundo, enquanto esse número é significativamente mais alto para os homens, atingindo 75%. Essa disparidade reflete uma série de desafios persistentes que as mulheres enfrentam no ambiente de trabalho.

Apesar do progresso alcançado, menos de 70% dos homens concordam com a ideia de que muitas mulheres preferem trabalhar fora de casa em vez de se dedicarem aos serviços domésticos. Esse viés cultural pode perpetuar estereótipos de gênero e dificultar a plena integração das mulheres no mercado de trabalho. 

Além disso, as mulheres continuam a enfrentar discriminação e obstáculos relacionados à maternidade. O número alarmante de mulheres que deixam seus empregos devido à maternidade, cerca de 30%, contrasta com os meros 7% de homens que fazem o mesmo. A discriminação na gravidez e na maternidade não só prejudica as oportunidades de carreira das mulheres, mas também perpetua a desigualdade de gênero no local de trabalho. 

Apesar desses desafios, é importante reconhecer os avanços significativos que têm sido feitos na luta pela igualdade de gênero no mercado de trabalho. No entanto, é essencial continuar pressionando por mudanças políticas, sociais e culturais que promovam a igualdade de oportunidades e o tratamento justo para mulheres em todas as áreas da vida profissional.  

Acesse a Capacitação em Diversidade, Equidade e Inclusão – Questões de Gênero, ocorrida no dia 18 de abril de 2023 no CNJ, para um contato mais próximo com essas questões e para entender como elas são pertinentes no âmbito do Conselho Nacional de Justiça. 

 

Texto: SCS e SEQVT