As discussões sobre escolhas de consumo mais sustentáveis, para os que podem fazê-las, têm ganhado cada vez mais espaço no cenário nacional. De acordo com a pesquisa Retratos da Sociedade: Hábitos Sustentáveis e Consumo Consciente, feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 74% dos brasileiros se declaram “consumidores ambientalmente conscientes”.
Mesmo que os impactos individuais derivados da rotina de cada pessoa não sejam os principais fatores degradantes, se comparado aos impactos das indústrias e empresas, é fundamental que sejam pensadas maneiras de contribuir individualmente para a preservação do meio-ambiente, visto que o consumo consciente não só é dever ético como também promove educação.
O estilo de vida individual influencia costumes de terceiros. Ao adotar uma rotina mais sustentável e usar o próprio poder de compra para apoiar produtos derivados de marcas ecologicamente corretas, é gerada uma pressão social para que indústrias e empresas que ainda não trabalham de maneira sustentável comecem a abraçar a causa.
A edição de 2022 da pesquisa “Vida Saudável e Sustentável”, realizada pelo Instituto Akatu, aponta que 55% dos brasileiros entrevistados afirmam que o fato de um produto ser ecologicamente correto influencia significativamente na sua decisão de compra. Na mesma pesquisa, é possível observar que “membros da família, a mídia tradicional (TV, rádio e notícias) e a mídia social são os maiores influenciadores de um estilo de vida mais ecológico, para cerca de 30% dos brasileiros.”
Em uma de suas publicações, o mesmo instituto apresenta *três dicas de como ser mais sustentável, mas sem pesar no bolso do consumidor:
“Verifique rótulos e compare preços. A oferta de marcas e produtos sustentáveis está cada vez maior e isso faz com que eles se tornem mais acessíveis que no passado. Já existe grande variedade de produtos de beleza, higiene e limpeza sem substâncias prejudiciais em sua composição, como amônia, chumbo e hipoclorito, por exemplo. Se atente aos rótulos para de fato consumir de uma marca socioambientalmente responsável, que cuida da sua cadeia produtiva e dos seus colaboradores também.”
“Compre no mercado de segunda mão. Ao adquirir roupas, acessórios, livros ou móveis em brechós e lojas de produtos usados, você poupa os recursos naturais e emissões associados à produção de um novo item, estende a vida útil de um bem em boas condições e economiza: comprar peças de grifes no mercado de segunda mão, por exemplo, sai bem mais em conta do que um item novo na loja.”
“Prefira alimentos orgânicos. Nada se compara ao sabor e aos nutrientes de uma alimentação saudável. Evite alimentos com agrotóxicos — o uso indiscriminado dessas substâncias prejudica o solo, as nascentes, a biodiversidade, a sua saúde e a saúde dos trabalhadores rurais, que são cotidianamente expostos a elas. Opte por frutas, legumes e vegetais da estação, produzidos por pequenos produtores na sua região.”
Cada indivíduo gera um impacto sobre outro, mesmo que mínimo, e é por meio dessa conscientização que os maiores atores prejudiciais ao meio ambiente sentirão a necessidade de entregar o que seus consumidores pedem: um produto sustentável.
*(Trecho retirado do site akatu.org.br).