O corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, disse nesta sexta-feira (21/08) em São Paulo, que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está preocupado com a definição de uma política nacional para os juizados especiais brasileiros. O ministro defendeu a uniformização de decisões das ações de massa, que tem efeitos multiplicadores, como aquelas relacionadas à telefonia e ao sistema bancário. “Chegamos à conclusão de que é necessário, sim, a criação de uma turma nacional de uniformização para essas ações de massa”, afirmou.
Para o ministro, “os juizados especiais se constituem no braço mais transparente da Justiça brasileira”. Ele lamentou o fato dos órgãos diretivos dos tribunais tratarem mal os juízes responsáveis por estes juizados. Para o corregedor, a passagem por esses órgãos deveria resultar em vantagem para promoção dos magistrados por merecimento ou vitaliciamento.
O ministro Gilson Dipp lamentou que ainda exista acúmulo de funções, especialmente no interior dos estados, dos juizados especiais com as funções de juiz de direito. “Isso é uma anomalia. Nós precisamos valorizar os juizados em termos de estrutura física e material”, acrescentou, citando exemplos de juizados especiais em Teresina e Recife, que concentravam, respectivamente, 80 mil e 40 mil processos. “Isso é um desprestígio para a população brasileira”, acrescentou.
De acordo com o ministro, as reclamações contra a falta de estrutura dos juizados especiais são recorrentes nas inspeções que a Corregedoria realiza em todo o País. E alertou para o fato de quem nem toda a população brasileira conhece os seus direitos e sabe que pode contar com um juizado a seu favor. “No dia que as pessoas excluídas da sociedade descobrirem os juizados, nós estaremos em uma situação muito difícil”, afirmou.
MG/ SR
Agência CNJ de Notícias