Antes ocupado por processos, espaço na Vara Federal em Natal (RN) vira coworking

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O juiz Marco Bruno Clementino elaborou o projeto Coworking e a engenheira Roberta Nóbrega suerou o desafio de implantar com poucos recursos. Fotos: SJRN/TRF5/Arquivo pessoal
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Com os avanços da tecnologia e a expansão do Processo Judicial eletrônico (PJe) no Judiciário, os tribunais encontraram grandes espaços vazios, antes destinados ao arquivamento de registros e processos. Foi o caso da 6ª Vara Federal no Rio Grande do Norte (RN), unidade do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5).

O órgão antes guardava 21 mil processos físicos, que foram transferidos para o PJe ao longo de um ano. Após a transferência, o então diretor do Fórum e titular da 6ª Vara, juiz Marco Bruno Clementino, queria aproveitar bem o espaço liberado. “A Vara é de execução fiscal e a gente tem muitos processos. Na época dos processos físicos, o lugar era abarrotado. Até que, em meados de 2018, a gente migrou tudo para o PJe e o espaço liberado era gigante.”

Surgiu então a ideia de criar uma Secretaria Colaborativa e organizar um espaço de coworking, que pudesse receber não só servidores e servidoras lotadas no edifício do Fórum, mas também aqueles que vem das subseções do interior potiguar. O projeto foi recentemente aprovado pelo Plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para compor o Portal de Boas Práticas do Poder Judiciário.

O principal desafio era desenvolver o projeto sem uma grande verba. A execução ficou por conta da engenheira civil Roberta Nóbrega. “O dr. Marco tinha as ideias e eu executava”, lembra. Para tornar o espaço aconchegante, Roberta usou materiais disponíveis na própria Vara. “O principal objetivo era melhorar o espaço físico para que os servidores trabalhassem juntos no mesmo local.”

Ela recorda que o objetivo não era fazer grandes mudanças estruturais no local, mas sim torná-lo mais agradável. “O que fizemos foi uma adaptação do espaço, sem alterações estruturais. Tudo que a gente usava em outro evento ou outro espaço era reaproveitado no coworking depois. Para as pessoas trabalharem mais à vontade.”

Troca de experiências

No local, trabalham juntos servidores e servidoras de diferentes unidades da Vara. A intenção é gerar troca de experiências, eliminar as burocracias e ainda economizar com a energia do edifício. Mas a pandemia da Covid-19 atrapalhou um pouco os planos. “Eu acredito que a ideia de um coworking como um ambiente de eliminação de barreiras na convivência entre unidades vai ocorrer melhor após a pandemia”, explica Clementino.

Ainda antes da pandemia, o juiz enfrentou dificuldade na disseminação da cultura no tribunal. “As pessoas se apegavam aos seus postos de trabalho e não queriam trocar de local”, lembra. Para o magistrado, a medida é “perfeitamente aplicável” em outros órgãos espalhados pelo país e implica em gestão de pessoas. “É relativamente simples. E exatamente por isso, a ideia foi aprovada como uma boa prática de gestão de pessoas, porque implica em uma mudança de mentalidade.”

Saiba mais sobre o Espaço Coworking no Portal de Boas Práticas do Judiciário

João Carlos Teles
(sob supervisão de Márcio Leal)
Agência CNJ de Notícias

Essa matéria faz parte de um especial do CNJ que vai apresentar as três boas práticas aprovadas na 334ª Sessão Ordinária do Plenário, em 29 de junho. As práticas A Biblioteca vai ao TRT2, Espaço de Trabalho Compartilhado (Coworking) e Projeto de Digitalização do Acervo de Recursos Físicos (Prodarf) servem para aprimorar os serviços do Judiciário e podem ser replicados por outros tribunais em todo o país.