Acolhimento de crianças: Justiça do Pará lança livro de boas práticas

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Obra resulta de tru00eas anos de estudo do trabalho de abrigos de quatro regiu00f5es do estado (Ricardo Lima/TJPA)

Reunir dados de uma pesquisa inédita sobre boas práticas em acolhimento é o tema do livro lançado nesta sexta-feira, 28. Intitulado “Acolhimento Institucional de Crianças e Adolescentes: Teorias e Evidências Científicas para Boas Práticas”, a publicação foi realizada pela Universidade Federal do Pará (UFPA), através do apoio da Coordenadoria Estadual da Criança e Juventude (Ceij) do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA). O lançamento ocorreu durante o seminário “Acolhimento Institucional de Crianças e Adolescentes – Contribuições para Boas Práticas”, que ocorreu no Fórum Criminal de Belém. O livro tem a participação das servidoras do TJPA Fabíola Brandão e Rosana Barros, vinculadas à Ceij, em sua elaboração. “A Ceij teve participação desde o início da pesquisa auxiliando o trabalho através da nossa equipe técnica. Para nós, é uma satisfação imensa. É um trabalho realmente inédito no Brasil, pois são poucas as pessoas que pesquisam nessa área”, destacou o coordenador da Ceij, desembargador José Maria Teixeira do Rosário. 
A pesquisa que resultou no livro foi realizada entre 2012 e 2015 e teve o objetivo de fazer um mapeamento do perfil dos serviços de acolhimento de instituições em quatro regiões do Pará: na Região Metropolitana de Belém e mais três que ficam no entorno. A ideia foi de descrever as condições em que os abrigos funcionam. “Reconhecemos nesses serviços indicadores daquilo que consideramos boas práticas, ou seja, práticas educativas que respeitam direitos e que promovem qualidade de vida a essas crianças”, destacou a professora Lilia Iêda Chaves Cavalcante, organizadora e coautora da publicação.
Lilia deu alguns exemplos de boas práticas. “Em relação ao espaço físico, uma boa prática é quando a instituição oferece à criança um imobiliário adequado à sua idade. Outro exemplo é quando a instituição organiza uma rotina que inclui atividades de lazer e valorização da cultura local ou que leva muito a sério o trabalho se reinserção na família (de origem ou substituta) através de um plano individual de atendimento que considere as condições da criança e os recursos que a família dispõe. Também é importante valorizar a cultura local, como à criança alimentos da região para que o abrigo possa realmente se parecer com o ambiente familiar dela”. 
A professora diretora do Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento da UFPA, Dra. Celina Magalhães, participou do seminário e do lançamento do livro. “Essa obra também pode ser usada em creches, pré-escolas, berçários. A nossa ideia é que ela não sirva apenas para os profissionais que estão no serviço de acolhimento, mas também servir de base de conhecimento para diversos tipos de instituições”, revelou.
Também participou do evento a professora Dra. Julia Sursis Nobre Ferro Bucher-Maluscheke, uma das autoras do livro. “Existem situações muito complexas no serviço de acolhimento. Alguns adolescentes em conflito com a lei são deixados de lado por faltarem apenas alguns meses para que eles completem 18 anos. Não se pode mais desincumbir da responsabilidade. É nesse contexto que o livro está sendo lançado e tem um profundo significado, pois ele vem de encontro com as preocupações da agenda de educação para o século XXI, em que apresenta como proposta o desenvolvimento das habilidades emocionais”, explicou.
 
Fonte: TJPA